Para prevenir as quedas, é necessário aprimorar as condições de recepção de informações sensoriais do sistema vestibular, visual e somatos sensorial, de modo a ativar os músculos antigravitacionais e estimular o equilíbrio.Um dos meios empregados para promover os estímulos acima citados é a prática da atividade física Desta forma, é preconizado, na literatura, que a atividade física realizada no decorrer da vida pode atenuar as perdas ósseas e musculares e reduzir o risco de fratura em até 60% Além disso, a atividade física aprimora a qualidade de vida, reduz o risco de quedas e promove o aumento da força muscular, do condicionamento aeróbico e da flexibilidade do equilíbrio Desde os tempos remotos, a hidroterapia tem sido utilizada como recurso para tratar doenças reumáticas, ortopédicas e neurológicas; entretanto, só recentemente é que essa tem se tornado alvo de estudos científicos. As propriedades físicas da água, somadas aos exercícios, podem cumprir com a maioria dos objetivos físicos propostos num programa de reabilitação. O meio aquático é considerado seguro e eficaz na reabilitação do idoso, pois a água atua simultaneamente nas desordens musculoesqueléticas e melhora o equilíbrio.
Procedimentos
A avaliação consistiu de entrevista inicial, que coletou informações como idade, estado civil, número de pessoas na residência, relato de doenças, uso de medicamentos e história de quedas e de fraturas. Após a entrevista, as idosas foram submetidas à avaliação do equilíbrio por meio da Escala de Equilíbrio de (versão brasileira) e teste . Além disso, foi avaliada a previsão do risco de quedas por meio da relação com a pontuação da Escala de Equilíbrio de Berg, conforme modelo de Os testes foram escolhidos por serem funcionais, validados, aceitos internacionamente, de fácil aplicação e de baixo A Escala de Equilíbrio de Berg atende a várias propostas, como descrição quantitativa da habilidade de equilíbrio funcional, determinação de fatores de risco para perda de independência e para quedas em idosos, além da avaliação da efetividade das intervenções na prática clínica e em pesquisas. A escala avalia o equilíbrio estático e dinâmico, baseada em 14 itens comuns da vida diária, tais como alcançar, girar, transferir-se, permanecer em pé e levantar-se. O escore máximo que pode ser alcançado é 56 pontos. Esta foi aplicada de acordo com os procedimentos descritos pelos autores que fizeram sua tradução e adaptação para o Brasil19. Foi utilizado ainda o modelo para previsão quantitativa do risco de quedas em idosos que estabelece a relação entre a Escala de Equilíbrio de Berg e o risco de quedas (10-100%), desenvolvido por Shumway-Cook et al.21. Nesse modelo, a sensibilidade da escala foi de 91% e a especificidade, 82%. A probabilidade de queda aumenta com a diminuição da pontuação da Escala de Equilíbrio de Berg, numa relação não linear. Na amplitude de 56 a 54, cada ponto a menos é associado a um aumento de 3 a 4% no risco de quedas. De 54 a 46, a alteração de um ponto é associada ao aumento de 6 a 8%, sendo que, abaixo de 36 pontos, o risco de quedas é quase de 100%21. O teste Time Up & Go faz uma monitoração rápida para detectar os problemas de equilíbrio que afetam as AVD’s nos idosos. Quanto menor o tempo para a realização do teste, melhor o equilíbrio. Foi mensurado, em segundos, o tempo gasto pela idosa para levantar da cadeira, andar uma distância de 3 m, dar a volta, caminhar em direção à cadeira e sentar-se novamente20. A idosa realizou o teste uma vez, para se familiarizar, e o tempo foi cronometrado na segunda tentativa. As escalas foram aplicadas pré-tratamento (Pre), após 6 semanas (Pos6) e após 12 semanas (Pos12) de hidroterapia. A PA foi aferida antes e após as sessões de tratamento, com objetivo de verificar as condições do indivíduo para realização de atividades aquáticas, sem fins estatísticos. O tempo de duração do estudo foi de 12 semanas, com sessões de 40 minutos, duas vezes por semana – às segundas e quartas-feiras. O programa de hidroterapia para equilíbrio foi realizado com seis idosas por grupo e incluiu adaptação ao meio aquático, hidrocinesioterapia e inclusão de exercícios aquáticos de outros estudos16,22,23, que desafiam o equilíbrio. Cada sessão foi dividida em três fases: fase de adaptação ao meio aquático, fase de alongamento e fase de exercícios para equilíbrio estáticos e dinâmicos. A intensidade foi de baixa a moderada, sendo a intensidade, a freqüência e a velocidade constantes, por 12 semanas. Cada série foi realizada de forma contínua e, entre elas, houve repouso de 1 minuto. O programa está descrito a seguir e pode ser visualizado nas Figuras 1, 2 e 3.
Fase I – Adaptação ao meio aquático Exercício 1: controle respiratório • Posicionamento: posição semi-sentada sem apoio posterior, com imersão no nível dos ombros. Ombros em flexão de 90º e cotovelos em extensão. • Atividade: expirar lenta e prolongadamente pela boca sobre a água, com boca imersa e posteriormente com boca e nariz imersos (2’)
Fase II – Alongamento. Os alongamentos são mantidos por 30 segundos
Exercício 2: alongamento dos músculos isquiotibiais
• Posicionamento: posição ortostática com as costas apoiadas
na parede.
• Atividade: elevar um dos membros inferiores, manter extensão
do joelho e flexão dorsal do tornozelo.
Exercício 3: alongamento dos músculos tríceps sural e íliopsoas
• Posicionamento: posição ortostática com as mãos apoiadas
na borda da piscina.
• Atividade: realizar um passo largo à frente, manter o joelho
anterior em flexão, o joelho posterior em extensão e os pés
em contato com o fundo da piscina.
Fase III – Exercícios para equilíbrio estáticos e dinâmicos.
As velocidades e freqüências indicadas são médias aproximadas
Exercício 4: marcha em círculo com as mãos dadas e mudanças
de sentido esporádicas
• Atividade:marcharlateralmente,defrenteedecostas,alternando
nos sentidos horário e anti-horário, três vezes em cada tipo de
marcha (1’ para cada tipo de marcha, velocidade: 0,40m/s).
Exercício 5: marcha em fila
• Posicionamento: apoiar as mãos na cintura do indivíduo da
frente.
• Atividade: deslocar-se na piscina realizando curvas e mudanças
de direção. Atividade conduzida pelo fisioterapeuta
(3’, velocidade: 0,40m/s).
Exercício 6: Marcha para frente impulsionando os membros
inferiores com vigor
• Atividade: marchar com maior velocidade e impulsão (45m,
velocidade: 0,50m/s).
Exercício 7: Marcha para trás. (45m, velocidade: 0,50m/s)
Exercício 8: Marcha lateral com passos largos. (45m, velocidade:
0,55m/s)
Exercício 9: Marcha com um pé à frente do outro
• Atividade: marchar apoiando um pé imediatamente à frente
do outro, e assim sucessivamente (45m, velocidade: 0,20m/s).
Exercício 10: Marcha com rotação de tronco
• Atividade: caminharpara frente levando amão ao joelho oposto
em flexão, de forma alternada (45m, velocidade: 0,30m/s).
Exercício 11: Marcha com paradas em apoio unipodal
• Atividade: realizar a marcha e, ao comando do fisioterapeuta,
manter o apoio unipodal com o joelho oposto em
flexão durante 10 segundos (12 paradas em 45m, velocidade:
0,50m/s).
Exercício 12: Flexo-extensão de ombros bilateral
• Posicionamento: posição semi-sentada.
• Atividade: realizar flexão e extensão de ombros mantendo
cotovelos em extensão. Iniciar em hiperextensão máxima
dos ombros até flexão a 90º (dez repetições, freqüência: 12
repetições por minuto).
Exercício 13: Abdução-adução horizontal dos ombros
bilateral
• Posicionamento: posição semi-sentada, ombros fletidos a
90º, cotovelos estendidos.
• Atividade: iniciar em adução até 90º de abdução horizontal
(dez repetições, freqüência: 12 repetições por minuto).
Exercício 14: Bombeamento de tornozelo
• Posicionamento: postura ortostática, com imersão no nível
do processo xifóide.
• Atividade: realizar extensão dos joelhos associada à flexão
plantar, manter esta posição por 5 segundos, e em seguida,
flexão dos joelhos associada a dorsiflexão, mantendo também
por 5 segundos (dez repetições, freqüência: três repetições
por minuto).
Análise estatística
Para fazer as comparações no decorrer do tempo das
variáveis mensuráveis, foi utilizado o teste t de Student para
dados pareados, bem como o Teste de Wilcoxon, por meio
do confronto de cada pontuação ou tempo individual após
o tratamento com o resultado análogo do mesmo sujeito na
avaliação anterior. Os dados são apresentados como diferença
média e desvio padrão da diferença. Foram analisados com
auxílio do software Minitab. O nível de significância adotado
Fontes:
http://www.scielo.br/pdf/rbfis/v12n1/11.pdf
ttp://www.bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?h
Equipe:
Juliano Luiz
juliana
Sandra
Ervane
Omar
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