quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Efeitos da hidroterapia na recuperação do equilíbrio

   Na atualidade, as quedas se tornaram um dos maiores problemas de saúde pública em idosos, devido ao aumento da morbidade, mortalidade e custos para a família e a sociedade . Os principais fatores de risco para quedas nessa população estão relacionados à limitação funcional, história de quedas, aumento da idade, fraqueza muscular, uso de medicamentos psicotrópicos, riscos ambientais, sexo feminino.
   Para prevenir as quedas, é necessário aprimorar as condições de recepção de informações sensoriais do sistema vestibular, visual e somatos sensorial, de modo a ativar os músculos antigravitacionais e estimular o equilíbrio.Um dos meios empregados para promover os estímulos acima citados é a prática da atividade física Desta forma, é preconizado, na literatura, que a atividade física realizada no decorrer da vida pode atenuar as perdas ósseas e musculares e reduzir o risco de fratura em até 60% Além disso, a atividade física aprimora a qualidade de vida, reduz o risco de quedas e promove o aumento da força muscular, do condicionamento aeróbico e da flexibilidade do equilíbrio Desde os tempos remotos, a hidroterapia tem sido utilizada como recurso para tratar doenças reumáticas, ortopédicas e neurológicas; entretanto, só recentemente é que essa tem se tornado alvo de estudos científicos. As propriedades físicas da água, somadas aos exercícios, podem cumprir com a maioria dos objetivos físicos propostos num programa de reabilitação. O meio aquático é considerado seguro e eficaz na reabilitação do idoso, pois a água atua simultaneamente nas desordens musculoesqueléticas e melhora o equilíbrio.

 Procedimentos

 A avaliação consistiu de entrevista inicial, que coletou informações como idade, estado civil, número de pessoas na residência, relato de doenças, uso de medicamentos e história de quedas e de fraturas. Após a entrevista, as idosas foram submetidas à avaliação do equilíbrio por meio da Escala de Equilíbrio de  (versão brasileira) e teste . Além disso, foi avaliada a previsão do risco de quedas por meio da relação com a pontuação da Escala de Equilíbrio de Berg, conforme modelo de  Os testes foram escolhidos por serem funcionais, validados, aceitos internacionamente, de fácil aplicação e de baixo  A Escala de Equilíbrio de Berg atende a várias propostas, como descrição quantitativa da habilidade de equilíbrio funcional, determinação de fatores de risco para perda de independência e para quedas em idosos, além da avaliação da efetividade das intervenções na prática clínica e em pesquisas. A escala avalia o equilíbrio estático e dinâmico, baseada em 14 itens comuns da vida diária, tais como alcançar, girar, transferir-se, permanecer em pé e levantar-se. O escore máximo que pode ser alcançado é 56 pontos. Esta foi aplicada de acordo com os procedimentos descritos pelos autores que fizeram sua tradução e adaptação para o Brasil19. Foi utilizado ainda o modelo para previsão quantitativa do risco de quedas em idosos que estabelece a relação entre a Escala de Equilíbrio de Berg e o risco de quedas (10-100%), desenvolvido por Shumway-Cook et al.21. Nesse modelo, a sensibilidade da escala foi de 91% e a especificidade, 82%. A probabilidade de queda aumenta com a diminuição da pontuação da Escala de Equilíbrio de Berg, numa relação não linear. Na amplitude de 56 a 54, cada ponto a menos é associado a um aumento de 3 a 4% no risco de quedas. De 54 a 46, a alteração de um ponto é associada ao aumento de 6 a 8%, sendo que, abaixo de 36 pontos, o risco de quedas é quase de 100%21. O teste Time Up & Go faz uma monitoração rápida para detectar os problemas de equilíbrio que afetam as AVD’s nos idosos. Quanto menor o tempo para a realização do teste, melhor o equilíbrio. Foi mensurado, em segundos, o tempo gasto pela idosa para levantar da cadeira, andar uma distância de 3 m, dar a volta, caminhar em direção à cadeira e sentar-se novamente20. A idosa realizou o teste uma vez, para se familiarizar, e o tempo foi cronometrado na segunda tentativa. As escalas foram aplicadas pré-tratamento (Pre), após 6 semanas (Pos6) e após 12 semanas (Pos12) de hidroterapia. A PA foi aferida antes e após as sessões de tratamento, com objetivo de verificar as condições do indivíduo para realização de atividades aquáticas, sem fins estatísticos. O tempo de duração do estudo foi de 12 semanas, com sessões de 40 minutos, duas vezes por semana – às segundas e quartas-feiras. O programa de hidroterapia para equilíbrio foi realizado com seis idosas por grupo e incluiu adaptação ao meio aquático, hidrocinesioterapia e inclusão de exercícios aquáticos de outros estudos16,22,23, que desafiam o equilíbrio. Cada sessão foi dividida em três fases: fase de adaptação ao meio aquático, fase de alongamento e fase de exercícios para equilíbrio estáticos e dinâmicos. A intensidade foi de baixa a moderada, sendo a intensidade, a freqüência e a velocidade constantes, por 12 semanas. Cada série foi realizada de forma contínua e, entre elas, houve repouso de 1 minuto. O programa está descrito a seguir e pode ser visualizado nas Figuras 1, 2 e 3.

Fase I – Adaptação ao meio aquático Exercício 1: controle respiratório • Posicionamento: posição semi-sentada sem apoio posterior, com imersão no nível dos ombros. Ombros em flexão de 90º e cotovelos em extensão. • Atividade: expirar lenta e prolongadamente pela boca sobre a água, com boca imersa e posteriormente com boca e nariz imersos (2’)







Fase II – Alongamento. Os alongamentos são mantidos por 30 segundos Exercício 2: alongamento dos músculos isquiotibiais • Posicionamento: posição ortostática com as costas apoiadas na parede. • Atividade: elevar um dos membros inferiores, manter extensão do joelho e flexão dorsal do tornozelo. Exercício 3: alongamento dos músculos tríceps sural e íliopsoas • Posicionamento: posição ortostática com as mãos apoiadas na borda da piscina. • Atividade: realizar um passo largo à frente, manter o joelho anterior em flexão, o joelho posterior em extensão e os pés em contato com o fundo da piscina. Fase III – Exercícios para equilíbrio estáticos e dinâmicos. As velocidades e freqüências indicadas são médias aproximadas Exercício 4: marcha em círculo com as mãos dadas e mudanças de sentido esporádicas • Atividade:marcharlateralmente,defrenteedecostas,alternando nos sentidos horário e anti-horário, três vezes em cada tipo de marcha (1’ para cada tipo de marcha, velocidade: 0,40m/s). Exercício 5: marcha em fila • Posicionamento: apoiar as mãos na cintura do indivíduo da frente. • Atividade: deslocar-se na piscina realizando curvas e mudanças de direção. Atividade conduzida pelo fisioterapeuta (3’, velocidade: 0,40m/s).
Exercício 6: Marcha para frente impulsionando os membros inferiores com vigor • Atividade: marchar com maior velocidade e impulsão (45m, velocidade: 0,50m/s). Exercício 7: Marcha para trás. (45m, velocidade: 0,50m/s) Exercício 8: Marcha lateral com passos largos. (45m, velocidade: 0,55m/s) Exercício 9: Marcha com um pé à frente do outro • Atividade: marchar apoiando um pé imediatamente à frente do outro, e assim sucessivamente (45m, velocidade: 0,20m/s). Exercício 10: Marcha com rotação de tronco • Atividade: caminharpara frente levando amão ao joelho oposto em flexão, de forma alternada (45m, velocidade: 0,30m/s). Exercício 11: Marcha com paradas em apoio unipodal • Atividade: realizar a marcha e, ao comando do fisioterapeuta, manter o apoio unipodal com o joelho oposto em flexão durante 10 segundos (12 paradas em 45m, velocidade: 0,50m/s). Exercício 12: Flexo-extensão de ombros bilateral • Posicionamento: posição semi-sentada. • Atividade: realizar flexão e extensão de ombros mantendo cotovelos em extensão. Iniciar em hiperextensão máxima


dos ombros até flexão a 90º (dez repetições, freqüência: 12 repetições por minuto). Exercício 13: Abdução-adução horizontal dos ombros bilateral • Posicionamento: posição semi-sentada, ombros fletidos a 90º, cotovelos estendidos. • Atividade: iniciar em adução até 90º de abdução horizontal (dez repetições, freqüência: 12 repetições por minuto). Exercício 14: Bombeamento de tornozelo • Posicionamento: postura ortostática, com imersão no nível do processo xifóide. • Atividade: realizar extensão dos joelhos associada à flexão plantar, manter esta posição por 5 segundos, e em seguida, flexão dos joelhos associada a dorsiflexão, mantendo também por 5 segundos (dez repetições, freqüência: três repetições por minuto).

Análise estatística Para fazer as comparações no decorrer do tempo das variáveis mensuráveis, foi utilizado o teste t de Student para dados pareados, bem como o Teste de Wilcoxon, por meio do confronto de cada pontuação ou tempo individual após o tratamento com o resultado análogo do mesmo sujeito na avaliação anterior. Os dados são apresentados como diferença média e desvio padrão da diferença. Foram analisados com auxílio do software Minitab. O nível de significância adotado

Fontes:
http://www.scielo.br/pdf/rbfis/v12n1/11.pdf
ttp://www.bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?h

Equipe:
Juliano Luiz 
juliana  
Sandra
Ervane
Omar  


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