Fisioterapia
sábado, 14 de novembro de 2015
TRATAMENTO NÃO-FARMACOLÓGICO DE PACIENTES COM FIBROMIALGIA
RESUMO
A fibromialgia pode ser definida como uma síndrome dolorosa crônica, com caráter não-inflamatório, que se manifesta no sistema músculo esquelético, apresentando sinto- mas em outros aparelhos e sistemas. Caracteriza-se, prin- cipalmente, por dor musculoesquelética crônica e difusa, fadiga, alterações do sono, parestesias e presença de vários pontos dolorosos (tender points) que se distribuem pelo corpo de forma simétrica e ampla. O objetivo desse trabalho é realizar uma revisão literária sobre os tratamentos não farmacológicos na fibromialgia.
1. INTRODUÇÃO
O Atualmente, diversos fatores vêm comprometendo a qualidade de vida das pessoas, com isso evidencia-se derada e relaxamento melhoram os sintomas. É neste contexto que se insere esse estudo, tendo como objetivo do trabalho é fazer uma revisão literária sobre o tema de tratamentos não-farmacológicos na fibromialgia
2 desenvolvimento
Quanto às evidências epidemiológicas a fibromialgia observa-se que há pequenas variações nos estudos revisados, sendo que para Provenza et. al. 20043 a incidência é de aproximadamente 2% na população geral, cerca de 15% respondem as consultas em ambulatórios de reumatologia, e 5% a 10% nos ambulatórios de clínica geral. A proporção de mulheres para homens compreende a proporção de 6 a 10: 1. A maior prevalência encontra-se entre os 30-50 anos de vida, podendo ocorrer também na infância e na terceira idade. Já para Barbosa et. al. 20078 , a prevalência da fibromialgia varia em média de 0,5% a 5% na população em geral com predomínio no sexo feminino (9:1) e acometem número maior de indivíduos na faixa etária de 30 a 60 anos, não sofrendo influência de raça, nível socioeconômico ou cultural. Enquanto para Senna et al. 20049 realizaram um levantamento epidemiológico sobre as condições reumáticas presentes na população de Montes Claros (MG) e encontraram uma prevalência de 2,5% de fibromialgia na população. Quanto a fisiopatologia sabe-se que existe fatores genéticos envolvidos, como também aqueles devido a fenotipagem que varia desde infecção, estresse e trauma. A teoria mais aceita para essa doença corresponde ao fato de existir alterações no mecanismo de modulação da dor, com isso pode haver diminuição da serotonina e aumento de substância P, relacionando-se com a dor não nociceptiva1 . A ativação dos receptores nociceptivos decorrente de um evento agressor produz potencial de ação nos seus axônios correspondentes, essas fibras provem de corpos celulares de gânglios da raiz dorsal que se projetam para o corno dorsal da medula espinal onde há o encontro com neurônios que se direcionam ao tálamo, sendo esse responsável pela dor, entretanto esse ainda projeta neurônios para o córtex no giro pós-central onde está a consciência da dor10 . A etiopatogenia da fibromialgia ainda é desconhecida e multifatorial11. Acredita-se que existem diversos fatores que tem sido implicados na gêneses da Fibromialgia. O fato de que em alguns pacientes o quadro se confunda e às vezes se associa com a Síndrome de Astenia Crônica, relacionada com o vírus de Epstein-Barr, e que em casos isolados se recorra como antecedentes da vacinação anti-rubéola com vírus atenuados, levou a suspeitar em um processo viral, não confirmado pelo momento12. O diagnóstico é clínico obedecendo aos critérios.
Hidroterapia
A hidroterapia é um dos exercícios utilizados para minimizar as dores ocasionadas pela fibromialgia, pois melhora a circulação sanguínea proporcionando um melhor retorno venoso, além de a água funcionar de forma a massagear e relaxar o corpo. Se a água estiver morna ajuda a diminuir os espasmos musculares. Outros efeitos benéficos da hidroterapia são a melhorada autoestima e a diminuição da depressão23 . A água possui propriedades físicas como a densidade relativa que permite que o corpo flutue reduzindo o impacto dos exercícios nas articulações. A pressão hidrostática por sua vez, em conjunto com a densidade relativa, promove pressão sobre todos os sistemas do organismo de forma a melhorar a oxigenação muscular e o fluxo sanguíneo. A flutuação (empuxo) fornece a sustentação do corpo, facilitando a execução dos movimentos e a viscosidade propicia resistência aos exercícios fortalecendo a musculatura desses pacientes. Já a temperatura da água ente 33º e 36ºC promove relaxamento da musculatura melhorando a qualidade do sono7,24 . Hidroterapia gera melhora na qualidade do sono, capacidade funcional, situação profissional, distúrbios psicológicos e sintomas físicos da síndrome, após adesão há melhora na qualidade de vida e a saúde dos pacientes16 .De acordo com Carus et al. (2007)25 , os resultados procedentes de estudos prévios têm mostrado que o exercício na piscina de água morna pode se mais efetivo que os realizados no solo, na melhora dos sintomas associados com a fibromialgia. Tratamento psicológico O tratamento psicológico refere-se à melhora de algumas variedades encontradas em pacientes fibromiálgicos tais como ansiedade, estresse, depressão, inassertividade e crenças irracionais que podem atuar como fatores coadjuvantes da fibromialgia. Isto é, acredita-se em uma etiologia psicológica para o desencadeamento dos sintomas físicos, porém o tratamento psicológico deve ser a longo prazo e primeiramente deve-se conscientizar o paciente do que é o estresse e quais seus sintomas. É necessário que esse reconheça as fontes de estresse, reestruturar a forma de pensar do paciente, fazer com que saiba lidar com ansiedade, que seja assertivo, que mantenha a calma e desenvolva técnicas para evitar certas situações de estresse, e utilizá-lo a seu favor como forma
CONCLUSÃO
Como abordado anteriormente, o diagnóstico de fibromialgia requer experiência clínica, uma boa anamnese e adequada exclusão de doenças que apresentam sinais e sintomas semelhantes e que requerem abordagens terapêuticas diferenciadas. Por ser considerada uma patologia que limita a mobilidade, alguns especialistas recomendam exercícios físicos aeróbicos para redução dos sintomas da doença. Todavia, faz-se necessário uma revisão sistemática para avaliar os efeitos dos exercícios aeróbicos, fortalecimento muscular e/ou exercícios de flexibilidade sobre o bem estar geral em indivíduos com fibromialgia. A literatura revisada revela que são necessários estudos adicionais que avaliem os benefícios dos exercí- cios de fortalecimento muscular e de flexibilidade, e estudos que avaliem os benefícios a longo prazo destas e demais abordagens terapêuticas. Abordagens de reabilitação multidisciplinar é uma intervenção benéfica, mas com evidencias científicas limitadas. Nenhum dos tratamentos disponíveis é resolutivo e/ou curativo. Assim, a proposta de tratamento objetiva aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. As condutas não farmacológicas disponíveis não foram adequadamente avaliadas em ensaios clínicos de longo prazo e apresentam benefício relativamente restrito no alívio dos sintomas. Estudos mais amplos, com seguimento de longo prazo e com adequada metodologia são necessários para avaliar as condutas empregadas no tratamento de pacientes com fibromialgia.
REFERÊNCIAS
[1] Leite FEC, et al. Fibromialgia e estresse: influência do exercício físico. SaBios: Rev Saúde e Biol. Campo Mourão. 2008; 3(2):30-8. [2] Leite FEC, et al. Influência aguda da caminhada, mus- culação e alongamento nos níveis de dor e número de sintomas de estresse de mulheres portadoras de fibromialgia. Rev Iberoamericana de Psicología del Ejercicio y el Deporte. 2009; 4(1):75-91. [3] Provenza JR, et al. Fibromialgia. Rev Bras Reumatol. 2004; 44(6):443-9. [4] Matsuda JB et al. Polimorfismos dos genes do receptor de serotonina (5-HT2A) e da catecol-O-metiltransferase (COMT): fatores desencadeantes da fibromialgia.Bras Reumatol. 2010; 50(2):141-9. [5] Anjos RGB e Cassapian MR. A intervenção terapêutica ocupacional junto a pacientes com fibromialgia. Cader- nos de Terapia Ocupacional da UFSCar São Carlos. 2011;19(1): 71-80. [6] Jacob MTRJ, et al. Fibromialgia: diagnóstico, sintomas, fisiopatologia e tratamento. Rev Dor. 2005; 6(3):634-40. [7] Bueno RC, et al. Exercício físico e fibromialgia. Cad Ter Ocup UFSCar. São Carlos. 2012; 20(2):279-85. [8] Barbosa JS, Dach F, Speciali JG. Relação entre cefaleia primária e fibromialgia: revisão de literatura. Rev Bras Reumatol. 2007; 47(2): 114-120. [9] Senna ER, De Barros AL, Silva EO, et al: Prevalence of rheumatic diseases in Brazil: a study using the COPCORD approach. J Rheumatol. 2004; 31: 594-7,. [10] Heymann RE. Consenso brasileiro do tratamento da fibromialgia. Rev Bras Reumatol. 2010; 50(1):56-66. [11] Goldberg E. O Coração sente o corpo dói: como reco- nhecer e tratar a fibromialgia. 6. ed. São Paulo: Atheneu, 2008. [12] Alvarez SS. Fibromialgia reumática: aspectos psiquiá- tricos. Centro de Salud Mental Martí i Júlia Sta Coloma de Gramanet Barcelona. Actas Esp Psiquiatr. 2002; 30(6):392-6. [13] Sabbag LM, et al. Efeitos do condicionamento físico sobre pacientes com fibromialgia.
Equipe:
Isli
Adriano
Juliana
Juliano
Rudimilla
Ervane
Marcondes
Estefânia.
terça-feira, 10 de novembro de 2015
O Watsu
O watsu é uma forma passiva de terapia corporal dentro da água, que tem como objetivo principal proporcionar bem-estar e relaxamento ao paciente. Além disso, é indicado para o alívio de tensões, dores, estresse e ansiedade, relaxamento muscular e, também, dar mais qualidade de vida a gestantes. A prática é eficaz para tratar diversas doenças neurológicas e musculares.
Com a técnica, totalmente passiva, o paciente é guiado pelo terapeuta. Com a pessoa deitada na água, são executados alongamentos, imobilizações, exercícios articulares, trabalho de massagem e conexão respiratória.
A atividade teve origem no shiatsu, massagem que consiste em aplicar pressão sobre determinados pontos, chamados de tsubos, que formam canais energéticos no corpo, os meridianos. Eles relacionam-se entre si e com os órgãos internos. No interior desses campos, circula a energia vital, chamada de Ki pelos japoneses e Chi pelos chineses. Logo, o watsu vem da nomenclatura: water + shiatsu, ou seja, shiatsu dentro da água. O trabalho inicialmente feito em superfícies, passou a ser experimentado em águas termais. Mas não em qualquer temperatura. Para a realização da técnica, ela deve variar entre 34°C e 35° C. Um pouco abaixo da temperatura do corpo humano.
O watsu pode ser praticado por tempo indeterminado, a depender do desejo do aluno. A duração da aula é, em média, de 50 minutos. “O paciente vem em busca de melhora de um quadro doloroso, e a água pode amenizar a situação”, explica o watsu e fisioterapeuta Fernando Calixto. De acordo com o especialista, entre quatro e seis sessões, a pessoa costuma sentir benefícios significativos.
Do ponto de vista ortopédico, o watsu pode ser eficaz para tratar dores na coluna vertebral — cervical e lombar —, inclusive as originadas por hérnias. Pacientes com artrose, dores crônicas, fibromialgia, esclerose múltipla, mal de Parkinson ou que sofreram acidente vascular encefálico costumam ter bons resultados. A técnica também é recomendada a pessoas depressivas ou ansiosas, assim como a crianças hiperativas
O watsu não vem do shiatsu puro. Tem muitas características do zen shiatsu também. “É um trabalho em que você estimula os meridianos do corpo”, explica Fernando Calixto. O zen também traz a mobilização, alongamentos e respiração. “Quando aplico a técnica em uma pessoa, não faço apenas massagem. Eu mobilizo o corpo também”, afirma.
Formação
Existem três níveis da atividade: em cada etapa, o tempo de duração da aula aumenta e o profissional aprende novas técnicas de massagem. O interessado em orientar essa técnica deve fazer um curso de 50 horas de duração em cada nível. No Brasil, há apenas cinco profissionais formados: três em São Paulo, um em Recife e, em Brasília, o professor Fernando Calixto. Calixto é fisioterapeuta e explica que ter feito o curso não capacita o aluno a tratar patologias, mas somente promover o bem-estar do paciente.
Alerta vermelho
As contraindicações do watsu são as mesmas de qualquer atividade desenvolvida na água:
Feridas abertas
Alergias ao cloro
Doenças infecciosas
Infecções de ouvido
Febre alta
Embolia pulmonar
Problemas cardíacos graves
Problemas pulmonares
Alterações renais importantes
Suspeita de fraturas e/ou luxações
Problemas de pele
Incontinência urinária/fecal
Benefícios
Promove melhora em casos de:
Ansiedade
Depressão
Estresse
Hiperatividade em crianças
Insônia
Dores crônicas na coluna cervial e lombar
Esclerose múltipla
Menos ansiedade
Quem pensa em usar o watsu para perder peso, deve saber que a prática, em si, não promove a redução de massa corporal, mas alivia tensões, estresse e ansiedade — fatores que colaboram com a perda de peso. Além disso, favorece a integração com a atividade física, pois outros exercícios podem ser combinados com o watsu. “Ele trabalha a drenagem corporal e a diurese, ajuda a flexibilidade, diminuição de tônus e ganho de espaços articulares”, explica o terapeuta Maurício Bastos.
A psicóloga Fernanda Pelosi, 47 anos, procurou o trabalho para se recuperar de uma lesão no joelho. “O fisioterapeuta me indicou a atividade para auxiliar a minha reabilitação. Quando comecei, percebi que era muito mais que isso”, conta. Para a psicóloga, a qualidade de vida mudou totalmente depois que conheceu a técnica. “Equilibra o corpo e o emocional. É uma experiência muito interessante desde o toque do terapeuta até o alongamento. Fez muito bem para o meu campo emocional”, afirma.
Entre os benefícios, Fernanda destaca que o corpo ficou mais equilibrado, saudável. Além disso, percebeu melhora no sono e mais harmonia nas emoções. “Tenho mais paz interior e tranquilidade. Quando você faz a atividade, os sentimentos inconscientes se manifestam”, afirma. Ela indica a atividade para todos. “É uma experiência fabulosa. Uma verdadeira reconexão de tranquilidade. Acho que todo mundo deveria viver a experiência de watsu. Para entender a beleza da atividade”, afirma.
As grávidas também têm muito a ganhar com o watsu. A atividade melhora o fluxo sanguíneo, assim como alterações no sistema ósseo e dos músculos. O relaxamento é outro ponto positivo. Durante a gestação, a mulher tende a ficar muito nervosa, com os hormônios alterados e, possivelmente, ansiosa com a chegada do bebê. “É uma técnica passiva. A criança se move bastante dentro da barriga da mãe. Prepara para o parto e reduz o quadro de dor”, afirma o fisioterapeuta Fernando Calixto.
O terapeuta corporal Maurício Bastos recomenda a prática.“Promove os equilíbrios emocional e psicológico. Aumenta o vínculo com a criança e auxilia no preparo para o parto. Além disso, facilita a respiração, levando mais oxigênio para a criança e alivia dores da coluna”, explica. É importante ressaltar que a terapia só pode ser iniciada depois do terceiro mês de gravidez e a mulher deve ter autorização do obstetra.
Equipe: Rízella Lindoso, Lindinêz Costa, Hortncia Costa, Manuela Silva, Fabiana Cristina, Diego Campelo, Guilherme Arruda e Omar Prazeres.
Com a técnica, totalmente passiva, o paciente é guiado pelo terapeuta. Com a pessoa deitada na água, são executados alongamentos, imobilizações, exercícios articulares, trabalho de massagem e conexão respiratória.
A atividade teve origem no shiatsu, massagem que consiste em aplicar pressão sobre determinados pontos, chamados de tsubos, que formam canais energéticos no corpo, os meridianos. Eles relacionam-se entre si e com os órgãos internos. No interior desses campos, circula a energia vital, chamada de Ki pelos japoneses e Chi pelos chineses. Logo, o watsu vem da nomenclatura: water + shiatsu, ou seja, shiatsu dentro da água. O trabalho inicialmente feito em superfícies, passou a ser experimentado em águas termais. Mas não em qualquer temperatura. Para a realização da técnica, ela deve variar entre 34°C e 35° C. Um pouco abaixo da temperatura do corpo humano.
O watsu pode ser praticado por tempo indeterminado, a depender do desejo do aluno. A duração da aula é, em média, de 50 minutos. “O paciente vem em busca de melhora de um quadro doloroso, e a água pode amenizar a situação”, explica o watsu e fisioterapeuta Fernando Calixto. De acordo com o especialista, entre quatro e seis sessões, a pessoa costuma sentir benefícios significativos.
Do ponto de vista ortopédico, o watsu pode ser eficaz para tratar dores na coluna vertebral — cervical e lombar —, inclusive as originadas por hérnias. Pacientes com artrose, dores crônicas, fibromialgia, esclerose múltipla, mal de Parkinson ou que sofreram acidente vascular encefálico costumam ter bons resultados. A técnica também é recomendada a pessoas depressivas ou ansiosas, assim como a crianças hiperativas
O watsu não vem do shiatsu puro. Tem muitas características do zen shiatsu também. “É um trabalho em que você estimula os meridianos do corpo”, explica Fernando Calixto. O zen também traz a mobilização, alongamentos e respiração. “Quando aplico a técnica em uma pessoa, não faço apenas massagem. Eu mobilizo o corpo também”, afirma.
Formação
Existem três níveis da atividade: em cada etapa, o tempo de duração da aula aumenta e o profissional aprende novas técnicas de massagem. O interessado em orientar essa técnica deve fazer um curso de 50 horas de duração em cada nível. No Brasil, há apenas cinco profissionais formados: três em São Paulo, um em Recife e, em Brasília, o professor Fernando Calixto. Calixto é fisioterapeuta e explica que ter feito o curso não capacita o aluno a tratar patologias, mas somente promover o bem-estar do paciente.
Alerta vermelho
As contraindicações do watsu são as mesmas de qualquer atividade desenvolvida na água:
Feridas abertas
Alergias ao cloro
Doenças infecciosas
Infecções de ouvido
Febre alta
Embolia pulmonar
Problemas cardíacos graves
Problemas pulmonares
Alterações renais importantes
Suspeita de fraturas e/ou luxações
Problemas de pele
Incontinência urinária/fecal
Benefícios
Promove melhora em casos de:
Ansiedade
Depressão
Estresse
Hiperatividade em crianças
Insônia
Dores crônicas na coluna cervial e lombar
Esclerose múltipla
Menos ansiedade
Quem pensa em usar o watsu para perder peso, deve saber que a prática, em si, não promove a redução de massa corporal, mas alivia tensões, estresse e ansiedade — fatores que colaboram com a perda de peso. Além disso, favorece a integração com a atividade física, pois outros exercícios podem ser combinados com o watsu. “Ele trabalha a drenagem corporal e a diurese, ajuda a flexibilidade, diminuição de tônus e ganho de espaços articulares”, explica o terapeuta Maurício Bastos.
A psicóloga Fernanda Pelosi, 47 anos, procurou o trabalho para se recuperar de uma lesão no joelho. “O fisioterapeuta me indicou a atividade para auxiliar a minha reabilitação. Quando comecei, percebi que era muito mais que isso”, conta. Para a psicóloga, a qualidade de vida mudou totalmente depois que conheceu a técnica. “Equilibra o corpo e o emocional. É uma experiência muito interessante desde o toque do terapeuta até o alongamento. Fez muito bem para o meu campo emocional”, afirma.
Entre os benefícios, Fernanda destaca que o corpo ficou mais equilibrado, saudável. Além disso, percebeu melhora no sono e mais harmonia nas emoções. “Tenho mais paz interior e tranquilidade. Quando você faz a atividade, os sentimentos inconscientes se manifestam”, afirma. Ela indica a atividade para todos. “É uma experiência fabulosa. Uma verdadeira reconexão de tranquilidade. Acho que todo mundo deveria viver a experiência de watsu. Para entender a beleza da atividade”, afirma.
As grávidas também têm muito a ganhar com o watsu. A atividade melhora o fluxo sanguíneo, assim como alterações no sistema ósseo e dos músculos. O relaxamento é outro ponto positivo. Durante a gestação, a mulher tende a ficar muito nervosa, com os hormônios alterados e, possivelmente, ansiosa com a chegada do bebê. “É uma técnica passiva. A criança se move bastante dentro da barriga da mãe. Prepara para o parto e reduz o quadro de dor”, afirma o fisioterapeuta Fernando Calixto.
O terapeuta corporal Maurício Bastos recomenda a prática.“Promove os equilíbrios emocional e psicológico. Aumenta o vínculo com a criança e auxilia no preparo para o parto. Além disso, facilita a respiração, levando mais oxigênio para a criança e alivia dores da coluna”, explica. É importante ressaltar que a terapia só pode ser iniciada depois do terceiro mês de gravidez e a mulher deve ter autorização do obstetra.
Equipe: Rízella Lindoso, Lindinêz Costa, Hortncia Costa, Manuela Silva, Fabiana Cristina, Diego Campelo, Guilherme Arruda e Omar Prazeres.
domingo, 8 de novembro de 2015
Hidroterapia
para Gestantes
A gravidez é um período único na vida da mulher. Para isso
o organismo da gestante é lentamente preparado e adaptado fisiologicamente para
gerar o feto.
Durante a gestação ocorrem importantes adaptações
metabólicas e cardiorrespiratórias em repouso, tais como o aumento da
frequência cardíaca
A hidroterapia com exercícios e técnicas específicas para
as futuras mamães, favorece a gestante promovendo uma adequada adaptação
metabólica e cardiovascular, melhora na adaptação estrutural do corpo para que
a postura gestacional não se torne um problema futuramente.
Com
a hidroterapia vemos muitos benefícios, entre eles estão:
- Melhora circulação sanguínea
- Proporciona vivência em posições que não são possíveis de serem realizadas fora do ambiente aquático
- Reduz edema
- Possibilita a realização de exercícios com mais facilidade, e obtém ótimos resultados
- Promove fortalecimento muscular
- Proporciona melhora na respiração, pois devido as propriedades da água e exercícios específicos, promove fortalecimento das musculaturas respiratórias
- Promove alongamento e relaxamento muscular
- Proporciona alívio das tensões ocasionadas pela mudança postural gestacional
- Melhora a ativação da função intestinal
- Reduz a perda de urina involuntária por esforço
Contra
indicações da hidroterapia para gestantes:
- Doença miocárdica descompensada
- Insuficiência cardíaca congestiva
- Tromboflebite
- Embolia pulmonar recente
- Doença infecciosa aguda
- Risco de parto prematuro
- Sangramento uterino
- Doença hipertensiva descompensada
- Suspeita de estresse fetal
- Paciente sem acompanhamento pré-natal
Estudos
mostram que:
“Os
benefícios dos exercícios aquáticos percebidos pelas gestantes incluem: redução
do peso nos movimentos e o alívio da dor na coluna durante horas, dias e em
alguns casos o alívio é completo. As gestantes relatam que dormem melhor
durante a noite quando realizam os exercícios aquáticos, e adicionalmente há
ativação da função intestinal.” (BARACHO, 2002)
“Os
benefícios da atividade física em imersão destacam-se pela possibilidade de
controle do edema gravídico, incremento da diurese e prevenção ou melhora dos
desconfortos músculo-esqueléticos. Além destes, foram relatados maior gasto
energético, aumento da capacidade cardiovascular, relaxamento corporal e
controle do estresse.” (PREVEDEL, T.T.S; et. al. 2003)
Equipe: Caroline Patricia
Itamara Souza
Rafaelle Sousa
Rodrigo Melo
Rodrigo de Oliveira
Rodrigo Oliveira
Sandra Pereira
Suzana Graciela
Rafaelle Sousa
Rodrigo Melo
Rodrigo de Oliveira
Rodrigo Oliveira
Sandra Pereira
Suzana Graciela
sábado, 24 de outubro de 2015
Reabilitação precoce de atletas utilizando hidroterapia após o tratamento cirúrgico de hérnia discal lombar.
RESUMO
Os autores avaliaram três atletas do sexo masculino, submetidos
a tratamento cirúrgico de hérnia discal lombar, com o objetivo
de avaliar os resultados, após serem submetidos a um protocolo
de reabilitação com base em hidroterapia. Este método permitiu
a reabilitação precoce dos atletas, iniciando-se na primeira
semana após a cirurgia.
Os atletas foram avaliados em 5 ocasiões: pré-operatório e
nos 4 meses seguintes. Houve melhora completa da dor em dois
atletas. O terceiro caso apresentou no 4º mês 1,3% da intensidade
máxima. As atividades de vida diária no período pré-operató-
rio em média apresentaram-se com 21,6% da freqüência máxima,
chegando a 99,3% no 4º mês. A freqüência de prática esportiva
teve em média 10% da intensidade no pré-operatório, no 4º mês
os atletas já praticavam a atividade esportiva com uma freqüência
de 84,6% do normal. O nível de atividade esportiva foi relatado em
média como 10% daquele estabelecido pelos atletas antes do
início dos sintomas, atingindo 88,3% no 4º mês.
Concluímos que os atletas apresentaram melhora evolutiva em
todos os parâmetros analisados, especialmente em relação a dor.
Portanto, a hidroterapia mostrou-se um método eficaz e bem tolerado
na reabilitação precoce da cirurgia de hérnia discal em atletas.
Descritores: hidroterapia, hérnia discal, atletas
INTRODUÇÃO A coluna vertebral lombar é localização freqüente de lesões, quando comparada a outros segmentos corporais na prática esportiva. Apesar deste fato, esta região muitas vezes, não recebe grande atenção da área médica, atraindo pouco interesse e consequentemente, limitada quantidade de estudos. A dor lombar tem comprovada importância entre as diversas modalidades esportivas, pois esta pode representar um problema que acarreta prejuízo do desempenho e para entende-la há necessidade de um bom conhecimento da anatomia e biomecânica da coluna, para a realização do diagnostico e tratamento adequados. Foi estabelecido(14) que estudantes que não praticavam atividade esportiva, corriam maior risco de apresentar dor nas costas em relação àqueles que eram esportistas. Apesar disto, 15% de todas as lesões esportivas acometem a coluna vertebral (12), não se encontrando estudos que mostrem detalhadamente a incidência de lesões especificas e sua relação com os diversos tipos de esportes. Em 1986, estudo realizado com 17 tipos de esportes, num período de 10 anos, observou-se que 80% das lesões de coluna ocorriam durante treinamentos, 6% em competições e 14% na fase de pré-temporada. Além disso 59% dos casos eram agudos, 12% lesões por “overuse” e 29% em decorrência de condições pré-existentes(19). Analisando a literatura nota-se a carência de estudos em relação ao tratamento pós-operatório de discectomia lombar. Desta forma, o objetivo deste estudo é avaliar os resultados da aplicação de um protocolo acelerado baseado em hidroterapia, na reabilitação pós-operatória de atletas submetidos a tratamento cirúrgico para hérnia discal lombar.
MATERIAIS E MÉTODOS Três atletas, competitivos nacionalmente, foram avaliados através de escalas visuais analógicas por ortopedistas e fisioterapeutas do Centro de Traumato-Ortopedia do Esporte (CETE) do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Escola Paulista de Medicina- Universidade Federal de São Paulo, no período compreendido entre outubro de 1999 a maio de 2000 na cidade de São Paulo após serem submetidos a tratamento cirúrgico de hérnia discal lombar, e receberem tratamento fisioterapêutico precoce com base em hidroterapia (5,27) Em relação ao sexo, todos eram do sexo masculino. A idade média foi de 26,6 anos (17 a 38 anos). Dentre os atletas analisados 1 pratica basquete, 1 atletismo e 1 futebol.
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Todos os atletas foram submetidos a um mesmo protocolo de tratamento fisioterapêutico (5,27) (Apêndice 1). O protocolo foi predominante em hidroterapia, onde no segundo pós-operatório, os atletas iniciaram a reabilitação na água com curativo adesivo impermeável sobre os pontos cirúrgicos. O tratamento foi realizado diariamente, com um tempo médio de 90 minutos por sessão. O retorno ao esporte foi realizado de forma gradativa a partir da 9° semana, chegando no máximo a 13 semanas.
AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DOS ATLETAS A avaliação foi realizada utilizando escalas visuais analógicas (3) (variando de 0 a 10, ou seja, de 0% a 100% onde o valor máximo equivale ao normal exceto na intensidade de dor), verificando-se 4 parâmetros: freqüência de prática esportiva, nível de atividade esportiva, atividades de vida diária (AVD) e intensidade da dor. Os atletas foram avaliados em 5 momentos: pré operatório e nos 4 meses seguintes. Os resultados foram considerados bons quando todos os parâmetros ao final do 4° mês atingiram proporções semelhantes ou iguais àquelas anteriores a lesão. Os resultados ruins foram considerados como aqueles parâmetros que ao 4° mês, apresentavam grande déficit em relação aos parâmetros relatados no período anterior à lesão.
Resultados
eram mantidos por 6 semanas. Em 1996 (7) utilizaram mobilização precoce, onde o paciente realizava as atividades progressivamente de acordo com suas possibilidades (sem restrições). Em estudo recente, (8) sugeriram a reabilitação precoce com início 4 semanas após a cirurgia. Os exercícios são exclusivamente ativos com o objetivo de fortalecer os músculos da coluna, abdominais e músculos dos membros inferiores. Em 1999 (34) utilizaram em atletas de elite, um protocolo conservador baseado em modificação de atividades, fisioterapia (gelo, ultra-som, eletroestimulação, etc), órtese lombar, anti-inflamatórios não hormonais (AINH) e um programa de orientação postural. Em nosso estudo apresentamos um protocolo embasado em hidroterapia com início precoce da reabilitação (5,27). Na 1ª semana, alongamentos, exercícios de relaxamento e isométricos para membros inferiores e musculatura abdominal são realizados dentro da água e a partir da 9ª semana, o atleta começa a retornar à atividade esportiva. O objetivo maior é manter características da atividade esportiva e promover um reequilibro muscular e proprioceptivo, propiciando o retorno precoce ao esporte no nível de atividade mais próximo daquele estabelecido no período prévio à lesão. Alguns fatores podem influenciar os resultados do tratamento cirúrgico. O tipo da reabilitação oferecida no período pós-operatório, favorece bons resultados como também pode deteriorá- los (17). Em um estudo realizado entre 1988- 1991, ficou demonstrado que, exercícios intensivos para a coluna foram primordiais tanto para a redução nas dores lombares, como também para os resultados satisfatórios do tratamento(23). Sugerem (7) que restrições no período pós-operatório não são necessá- rias, pois pacientes submetidos a este tipo de conduta, permanecem menor tempo afastados das atividades e ao retornar não apresentam complica
Descritores: hidroterapia, hérnia discal, atletas
INTRODUÇÃO A coluna vertebral lombar é localização freqüente de lesões, quando comparada a outros segmentos corporais na prática esportiva. Apesar deste fato, esta região muitas vezes, não recebe grande atenção da área médica, atraindo pouco interesse e consequentemente, limitada quantidade de estudos. A dor lombar tem comprovada importância entre as diversas modalidades esportivas, pois esta pode representar um problema que acarreta prejuízo do desempenho e para entende-la há necessidade de um bom conhecimento da anatomia e biomecânica da coluna, para a realização do diagnostico e tratamento adequados. Foi estabelecido(14) que estudantes que não praticavam atividade esportiva, corriam maior risco de apresentar dor nas costas em relação àqueles que eram esportistas. Apesar disto, 15% de todas as lesões esportivas acometem a coluna vertebral (12), não se encontrando estudos que mostrem detalhadamente a incidência de lesões especificas e sua relação com os diversos tipos de esportes. Em 1986, estudo realizado com 17 tipos de esportes, num período de 10 anos, observou-se que 80% das lesões de coluna ocorriam durante treinamentos, 6% em competições e 14% na fase de pré-temporada. Além disso 59% dos casos eram agudos, 12% lesões por “overuse” e 29% em decorrência de condições pré-existentes(19). Analisando a literatura nota-se a carência de estudos em relação ao tratamento pós-operatório de discectomia lombar. Desta forma, o objetivo deste estudo é avaliar os resultados da aplicação de um protocolo acelerado baseado em hidroterapia, na reabilitação pós-operatória de atletas submetidos a tratamento cirúrgico para hérnia discal lombar.
MATERIAIS E MÉTODOS Três atletas, competitivos nacionalmente, foram avaliados através de escalas visuais analógicas por ortopedistas e fisioterapeutas do Centro de Traumato-Ortopedia do Esporte (CETE) do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Escola Paulista de Medicina- Universidade Federal de São Paulo, no período compreendido entre outubro de 1999 a maio de 2000 na cidade de São Paulo após serem submetidos a tratamento cirúrgico de hérnia discal lombar, e receberem tratamento fisioterapêutico precoce com base em hidroterapia (5,27) Em relação ao sexo, todos eram do sexo masculino. A idade média foi de 26,6 anos (17 a 38 anos). Dentre os atletas analisados 1 pratica basquete, 1 atletismo e 1 futebol.
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Todos os atletas foram submetidos a um mesmo protocolo de tratamento fisioterapêutico (5,27) (Apêndice 1). O protocolo foi predominante em hidroterapia, onde no segundo pós-operatório, os atletas iniciaram a reabilitação na água com curativo adesivo impermeável sobre os pontos cirúrgicos. O tratamento foi realizado diariamente, com um tempo médio de 90 minutos por sessão. O retorno ao esporte foi realizado de forma gradativa a partir da 9° semana, chegando no máximo a 13 semanas.
AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DOS ATLETAS A avaliação foi realizada utilizando escalas visuais analógicas (3) (variando de 0 a 10, ou seja, de 0% a 100% onde o valor máximo equivale ao normal exceto na intensidade de dor), verificando-se 4 parâmetros: freqüência de prática esportiva, nível de atividade esportiva, atividades de vida diária (AVD) e intensidade da dor. Os atletas foram avaliados em 5 momentos: pré operatório e nos 4 meses seguintes. Os resultados foram considerados bons quando todos os parâmetros ao final do 4° mês atingiram proporções semelhantes ou iguais àquelas anteriores a lesão. Os resultados ruins foram considerados como aqueles parâmetros que ao 4° mês, apresentavam grande déficit em relação aos parâmetros relatados no período anterior à lesão.
Resultados
eram mantidos por 6 semanas. Em 1996 (7) utilizaram mobilização precoce, onde o paciente realizava as atividades progressivamente de acordo com suas possibilidades (sem restrições). Em estudo recente, (8) sugeriram a reabilitação precoce com início 4 semanas após a cirurgia. Os exercícios são exclusivamente ativos com o objetivo de fortalecer os músculos da coluna, abdominais e músculos dos membros inferiores. Em 1999 (34) utilizaram em atletas de elite, um protocolo conservador baseado em modificação de atividades, fisioterapia (gelo, ultra-som, eletroestimulação, etc), órtese lombar, anti-inflamatórios não hormonais (AINH) e um programa de orientação postural. Em nosso estudo apresentamos um protocolo embasado em hidroterapia com início precoce da reabilitação (5,27). Na 1ª semana, alongamentos, exercícios de relaxamento e isométricos para membros inferiores e musculatura abdominal são realizados dentro da água e a partir da 9ª semana, o atleta começa a retornar à atividade esportiva. O objetivo maior é manter características da atividade esportiva e promover um reequilibro muscular e proprioceptivo, propiciando o retorno precoce ao esporte no nível de atividade mais próximo daquele estabelecido no período prévio à lesão. Alguns fatores podem influenciar os resultados do tratamento cirúrgico. O tipo da reabilitação oferecida no período pós-operatório, favorece bons resultados como também pode deteriorá- los (17). Em um estudo realizado entre 1988- 1991, ficou demonstrado que, exercícios intensivos para a coluna foram primordiais tanto para a redução nas dores lombares, como também para os resultados satisfatórios do tratamento(23). Sugerem (7) que restrições no período pós-operatório não são necessá- rias, pois pacientes submetidos a este tipo de conduta, permanecem menor tempo afastados das atividades e ao retornar não apresentam complica
ções. Desta forma, o protocolo
utilizado neste trabalho enfoca
a reabilitação precoce, utilizando
hidroterapia onde as propriedades
físicas como a flutuação,
reduzem as forças compressivas
e de cisalhamento na coluna,
permitindo a realização precoce
de exercícios em um ambiente
seguro e isento de sobrecargas
(6-4). Os exercícios aquá-
ticos iniciam-se na 1° semana de
pós-operatório (Figura 3), com
objetivos de orientações posturais,
além de melhorar flexibilidade
(Figura 4), força, resistência
e função muscular, com ênfase
para musculatura abdominal
(Figura 5) e paravertebral (6-
28-4). No início da reabilitação evitam-se
os movimentos rotacionais
em decorrência da defici-
ência da musculatura paravertebral
que neste momento, proporciona
pouca estabilização à
coluna (35-3). Esta reabilitação
precoce, porém sem impacto, visa evitar efeitos deletérios
do repouso como a alteração da composição das fibras
musculares da coluna lombar (18) e, principalmente, propicia
ao atleta, um tratamento dentro dos padrões encontrados
em sua atividade esportiva. Para isso com o decorrer do
protocolo, as atividades se tornam um tanto quanto funcionais,
simulando as atividades esportivas realizadas previamente.
Por exemplo, no basquete tabelas com cestas são
adaptadas às bordas da piscina e antes de retornar à prática
fora da água o atleta exercita os movimentos básicos do
esporte como saltos, corrida, deslocamentos (Figura 6) e
arremessos. No atletismo, o atleta inicia a corrida na piscina
e posteriormente retoma os treinos fora da águaO tratamento cirúrgico em geral apresenta bons resultados.
Em 1991(1) ,estabeleceram que os resultados obtidos
após discetomia, foram satisfatórios em 80% dos casos.
Já estabelecem(11) cerca de 96% de bons e excelentes resultados.
Analisando o tratamento cirúrgico em pacientes abaixo
de 21 anos, demonstram (31) 77% de alívio da dor e 85% de
satisfação por parte dos pacientes. Em relação ao tratamento
de atletas, concluíram (34) que 90% destes retornaram
a competições de alto nível. O tratamento conservador segundo,
apresenta 90% de bons e excelentes resultados (29).
Em 1983 (36), analisou prospectivamente, 280 pacientes com
hérnia discal, comparando o tratamento cirúrgico ao conservador.
Com 1 ano de acompanhamento, os pacientes
tratados de forma conservadora, apresentavam 61% de resultados
satisfatórios; os tratados de forma cirúrgica obtiveram
maior proporção de resultados satisfatórios (80%).
Com 10 anos os resultados foram similares entre o grupo
tratado de forma conservadora e cirúrgica. Os resultado
do tratamento cirúrgico parecem deteriorar com a
evolução, causando recorrência de dores e sintomas
ao nível da coluna (11,16). Porém, vários trabalhos
demonstram que os resultados obtidos em avaliações
com curto período de acompanhamento são
semelhantes àqueles reportados em longos períodos.
Em 1987 (22), concluiu que os resultados obtidos
com 1 ano de acompanhamento, foram tão satisfatórios
quanto aqueles obtidos com 5-10 anos
de seguimento. Estabeleceram (31) que os resultados
deterioram com o passar do tempo, porém, a
média de bons resultados permanece com alto índice
de sucesso. Desta forma, apesar dos bons resultados
encontrados neste estudo, não se pode
obter conclusões definitivas, pois o acompanhamento
ainda é curto e necessita de um número maior
de casos para formar-se uma amostra mais significante.
A literatura mostra melhores resultados com a
opção cirúrgica a curto prazo e resultados semelhantes
a longo prazo. A opção (36) neste trabalho,
foi o tratamento cirúrgico, o qual proporciona melhora
dos sintomas precoce aos atletas e conseqüente
retorno às atividades esportivas em curto
período. Os 3 pacientes (atletas) analisados, apresentaram
bons resultados com melhora de sintomas
e retorno às atividades de vida diária e às atividades
esportivas. A dor no 1º mês já apresentava
1/3 da intensidade relatada no período prévio à cirurgia.
As AVD‘S no 2° mês eram praticadas com mais de
50% da intensidade prévia à lesão. As atividades esportivas
no 3° mês eram praticadas com cerca de 50-60% de intensidade
quando comparada àquelas praticadas anteriormente
a lesão, ao 4° mês 99,3% eram realizadas sem intercorrências.
Portanto, os resultados apresentados estão de acordo
com a literatura, sabendo-se que todos os atletas tratados
voltaram a praticar suas atividades esportivas e atingiram
em média 80-88% de intensidade no 4° mês, sem relatos
de dor. Deve-se considerar que os três atletas foram
operados de hérnia discal em apenas um nível. Em 1999 (34)
estabeleceram piores resultados na recuperação para atletas
tratados cirugicamente em dois níveis.
CONCLUSÕES
Os dados sugerem bons resultados no tratamento fisioterapêutico,
com hidroterapia, em pacientes submetidos a
tratamento cirúrgico de hérnia discal lombar. Este trabalho
é o relato preliminar de um acompanhamento permanente,
que será mantido com o objetivo de somar uma maior amostra
e desta maneira, evidenciar com maior clareza, aspectos
relacionados com a reabilitação de atletas com hérnia
discal lombar. Como destaque de aprendizado, deve-se enfatizar
que a reabilitação de atletas, sempre que possível,
necessita da interação entre o tratamento e o esporte praticado,
visando a manutenção das características esportivas
e a recuperação precoce em um ambiente, um tanto quantoadaptado à atividade esportiva. A literatura ainda mostra
controvérsia em relação ao tipo de reabilitação mais apropriada
para pacientes, e em especial, atletas submetidos a
tratamento cirúrgico, principalmente em relação ao início
dos exercícios de reabilitação. Portanto, trabalhos referentes
a esses assuntos devem ser estimulados, pois não existe
ainda uma conduta uniforme para reabilitação pós-operató-
ria de atletas submetidos à discectomia.
O enfoque em relação ao tratamento cirúrgico entre o
atleta e o paciente não esportista deve ser diferente, pois
alguns sintomas relacionados à hérnia discal são tolerados
para a realização de atividades de vida diária, porém, incapacitam
o atleta à prática esportiva, ou seja, a dor pode
dificultar amplamente as atividades esportivas, porém, não
interferir de forma tão ampla nas atividades de vida diária.
Os critérios e limites entre a indicação do tratamento cirúrgico
ou conservador não são claros, sendo necessário abordar
as condições individuais de cada atleta.
http://www.scielo.br/pdf/aob/v10n2/v10n2a07.pdf
Equipe: Isli, Adriano, Juliana, Juliano, Rudimilla, Ervane, Marcondes ,Estefânia
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
As diferenças entre Hidroginástica e Hidroterapia
A água é boa, revigorante, rejuvenescedora e divertida. Dá ânimo ao cansaço e tranquilidade à tensão. Os exercícios aquáticos são agradáveis, eficazes, estimulantes, cômodos e seguros. Mas existem diferentes formas de utilizar os benefícios da água.
A Hidroginástica é um conjunto de exercícios corporais realizados em uma piscina com objetivo da manutenção profilática da saúde. Visa o fortalecimento muscular, o condicionamento físico geral, cardiovascular e respiratório. A Hidroginástica constitui atividade física de participação ativa, proporciona bem estar e interesse ao praticá-la e ao melhor conhecê-la, criando novas relações com o próximo, o ambiente e consigo mesmo. Acredita-se que a atividade aquática promova um estilo de vida mais saudável e favoreça modificações de comportamento em convergência com uma vida com mais qualidade, explica Valéria Nascimento (CREF 0627/G-RJ) - Especialista em Performance Humana em Academia pela UFRRJ, Mestre em Ciência da Motricidade Humana pela UCB-RJ e docente da Universidade do Grande Rio e da UFRJ.
A Hidroginástica é uma atividade de intervenção do Profissional de Educação Física, portanto, somente ele está habilitado para tal. Ela desenvolveu-se de forma exponencial entre as demais formas de exercitação corporal graças ao pioneirismo e à contínua dedicação de Profissionais de Educação Física, tão visionários quanto competentes, que ao longo dos anos revelaram para todos nós as formidáveis possibilidades de ampliação da motricidade humana no meio aquático, através da prática regular e sistematizada dos exercícios, incluídos nos mais variados formatos e programas desenvolvidos para essa atividade, lembra Leandro Nogueira Salgado Filho (CREF 000829-G/RJ) - Mestre e Doutor em Educação Física pela Universidade Gama Filho, professor de Natação e Hidroginástica na EEFD-UFRJ e docente no Curso de Pós-Graduação em Atividades Aquáticas da UGF.
A Hidroterapia, por sua vez, é um recurso fisioterapêutico que tem sido cada vez mais utilizado na área médica para se obter uma recuperação mais rápida e melhor dos pacientes. Na Hidroterapia, são traçadas condutas e exercícios personalizados para cada pessoa, de forma a acelerar e facilitar a reabilitação. Ela trata as disfunções ortopédicas, vasculares, respiratórias, traumatológicas, neurológicas e pós-cirúrgicas dentro da piscina. O tratamento é realizado por um fisioterapeuta, geralmente pós-graduado em hidroterapia. Hidroterapia e Hidroginástica são duas atividades claramente distintas, ainda que os objetivos de ambas sejam processados através da exercitação física no meio aquático. No caso da Hidroterapia, os objetivos predominantes dizem respeito à reabilitação de capacidades funcionais, em meio a sessões individualizadas e orientadas por fisioterapeutas. Pode-se então acrescentar que não existe aula de Hidroterapia. Quanto à Hidroginástica, através dessa expressão de cunho genérico, referimo-nos a uma prática pedagógica destinada à realização de valores sociais, baseada em diversos programas de exercitação aquática, realizados predominantemente em posição vertical, durante aulas ministradas por profissionais de Educação Física que visam o desenvolvimento da aptidão física, a elevação da autoestima e a integração social de seus praticantes, diz Leonardo Nogueira.
Como se vê, a Hidroginástica e a Hidroterapia são bem diferentes. Ambas são saudáveis, mas têm finalidades e procedimentos diversos, e as práticas são supervisionadas por profissionais com formações distintas. Mesmo assim, é comum a confusão. O problema é quando um profissional excede os limites da sua área de atuação e invade a atividade que é da competência de quem está habilitado para praticá-la. Consoante o compromisso do profissional da área de saúde, com base numa proposta interdisciplinar e transdisciplinar, centrada nos mecanismos das diversas áreas do conhecimento como Educação Física e Fisioterapia, o assunto em questão pode promover a responsabilidade que envolve o saber fazer bem o que deve ser feito. Essas intervenções, apesar de distintas, mas correlatas, são fundamentais para a saúde das pessoas, o que exige certo grau de entendimento entre as partes. Precisamos um do outro para contribuir para o bem-estar das pessoas, quer seja para aliviar as dores, reabilitar, manter e/ou melhorar a condição de saúde delas. O que a Educação Física quer e deve fazer é controlar as atividades de intervenção profissional ligadas ao ensino e acompanhamento do treinamento desta e de quaisquer modalidades de atividade física ou esporte em escolas, clubes, academias, parques, etc., conclui Valéria Nascimento.
http://www.confef.org.br/extra/revistaef/show.asp?id=3620
Guilherme Arruda,Diego Campelo,Omar Fernandes,Hortênsia Costa,Manuela Silva,Rízella Lindoso,Lindinêz Costa,Fabiana Cristina.
sábado, 17 de outubro de 2015
Efeitos da hidroterapia na recuperação do equilíbrio e prevenção de quedas em idosas
Introdução
Na atualidade, as quedas se tornaram um dos maiores problemas de saúde pública em idosos, devido ao aumento da morbidade, mortalidade e custos para a família e a sociedade1. Os principais fatores de risco para quedas nessa população estão relacionados à limitação funcional, história de quedas, aumento da idade, fraqueza muscular, uso de medicamentos psicotrópicos, riscos ambientais, sexo feminino e deficit visual. Pesquisadores relatam que mulheres idosas apresentam maior propensão para quedas devido a menor massa magra e força muscular, maior prevalência de doenças crônico-degenerativas e exposição às atividades domésticas. Anualmente, no Brasil e nos Estados Unidos, 30% dos idosos não institucionalizados sofrem quedas. Aproximadamente 5% destas causam fraturas, destacando-se as do quadril. Os Estados Unidos têm um custo anual de 10 bilhões de dólares no tratamento de fraturas do quadril em idosos decorrente das quedas. Diferentemente, no Brasil, apesar do alto índice de fraturas, são gastos R$ 12 milhões anuais. Para prevenir as quedas, é necessário aprimorar as condições de recepção de informações sensoriais do sistema vestibular, visual e somatossensorial, de modo a ativar os músculos antigravitacionais e estimular o equilíbrio. Um dos meios empregados para promover os estímulos acima citados é a prática da atividade física. Desta forma, é preconizado, na literatura, que a atividade física realizada no decorrer da vida pode atenuar as perdas ósseas e musculares e reduzir o risco de fratura em até 60%. Além disso, a atividade física aprimora a qualidade de vida, reduz o risco de quedas e promove o aumento da força muscular, do condicionamento aeróbico e da flexibilidade do equilíbrio. Desde os tempos remotos, a hidroterapia tem sido utilizada como recurso para tratar doenças reumáticas, ortopédicas e neurológicas; entretanto, só recentemente é que essa tem se tornado alvo de estudos científicos. As propriedades físicas da água, somadas aos exercícios, podem cumprir com a maioria dos objetivos físicos propostos num programa de reabilitação. O meio aquático é considerado seguro e eficaz na reabilitação do idoso, pois a água atua simultaneamente nas desordens musculoesqueléticas e melhora o equilíbrio. A multiplicidade de sintomas como dor, fraqueza muscular, deficit de equilíbrio, obesidade, doenças articulares, desordens na marcha, dentre outras, dificultam a realização dos exercícios em solo por idosos, ao contrário dos exercícios realizados no meio aquático, onde há diminuição da sobrecarga articular, menor risco de quedas e de lesões. Além disso, a flutuação possibilita ao indivíduo realizar exercícios e movimentos que não podem ser realizados no solo10,14,16.Apesar de poucos estudos relatarem os efeitos da hidroterapia no equilíbrio e na redução de quedas, todos eles demonstraram benefícios, como por exemplo, a redução da oscilação postural, o aumento do alcance funcional e a maior independência nas atividades da vida diária (AVD's). Compreendendo a relevância desse tema, este estudo teve como objetivo avaliar o efeito de um programa de hidroterapia no equilíbrio e no risco de quedas em idosas.
Métodos
Trata-se de um estudo quase-experimental antes/depois sem grupo controle, realizado na Associação de Idosos do Brasil (AIB) em Goiânia (GO). A realização deste obedeceu aos princípios éticos para pesquisa envolvendo seres humanos, conforme resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica de Goiás (UCG), sob parecer número 0065.0.168.000-05.
Sujeitos
Para o desenvolvimento do estudo, foram selecionados 50 idosos (49 mulheres e um homem). Os voluntários foram recrutados por meio de cartazes na própria associação e posteriormente selecionados segundo os critérios de inclusão e exclusão. Critérios de inclusão: idade acima de 60 anos, marcha independente, independência nas AVDs, ausência de contra-indicação médica ao exercício – atestado médico cardiológico e dermatológico – participação em 80% do tratamento e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Critérios de exclusão: incontinência urinária ou fecal, insuficiência renal, feridas abertas, doenças cutâneas contagiosas, doenças infecciosas, sondas, trombos vasculares, insuficiência cardíaca, pressão arterial (PA) não controlada, dispnéia aos mínimos esforços, uso de medicamentos psicotrópicos (benzodiazepínicos), participação em outro programa de atividade física e fisioterapia. Após a seleção, 40 idosas se enquadraram nos critérios de inclusão. Quinze delas não completaram o estudo por motivos como viagens e problemas de saúde. Desta forma, 25 idosas, com idade média de 72,60 ± 7,11 anos, compuseram a amostra investigada.
Materiais Questionário para entrevista, Escala de Equilíbrio de Berg (versão brasileira)19, teste Timed Up & Go20, cronômetro (Sport Timer®), régua, degrau de 20cm, duas cadeiras com 45cm de altura – uma delas com braços – trena, estetoscópio e esfigmomanômetro (Becton Dickinson®), piscina com formato retangular, tamanho de 7,5m por 11,1m, fundo inclinado com profundidade de 0,8m a 1,2m e temperatura média de 30ºC.
Procedimentos
A avaliação consistiu de entrevista inicial, que coletou informações como idade, estado civil, número de pessoas na residência, relato de doenças, uso de medicamentos e história de quedas e de fraturas. Após a entrevista, as idosas foram submetidas à avaliação do equilíbrio por meio da Escala de Equilíbrio de Berg (versão brasileira) e teste Timed Up & Go20. Além disso, foi avaliada a previsão do risco de quedas por meio da relação com a pontuação da Escala de Equilíbrio de Berg, conforme modelo de Shumway-Cook et al.21. Os testes foram escolhidos por serem funcionais, validados, aceitos internacionalmente, de fácil aplicação e de baixo custo. A Escala de Equilíbrio de Berg atende a várias propostas, como descrição quantitativa da habilidade de equilíbrio funcional, determinação de fatores de risco para perda de independência e para quedas em idosos, além da avaliação da efetividade das intervenções na prática clínica e em pesquisas. A escala avalia o equilíbrio estático e dinâmico, baseada em 14 itens comuns da vida diária, tais como alcançar, girar, transferir-se, permanecer em pé e levantar-se. O escore máximo que pode ser alcançado é 56 pontos. Esta foi aplicada de acordo com os procedimentos descritos pelos autores que fizeram sua tradução e adaptação para o Brasil. Foi utilizado ainda o modelo para previsão quantitativa do risco de quedas em idosos que estabelece a relação entre a Escala de Equilíbrio de Berg e o risco de quedas (10-100%), desenvolvido por Shumway-Cook et al.21. Nesse modelo, a sensibilidade da escala foi de 91% e a especificidade, 82%. A probabilidade de queda aumenta com a diminuição da pontuação da Escala de Equilíbrio de Berg, numa relação não linear. Na amplitude de 56 a 54, cada ponto a menos é associado a um aumento de 3 a 4% no risco de quedas. De 54 a 46, a alteração de um ponto é associada ao aumento de 6 a 8%, sendo que, abaixo de 36 pontos, o risco de quedas é quase de 100%. O teste Time Up & Go faz uma monitoração rápida para detectar os problemas de equilíbrio que afetam as AVD's nos idosos. Quanto menor o tempo para a realização do teste, melhor o equilíbrio. Foi mensurado, em segundos, o tempo gasto pela idosa para levantar da cadeira, andar uma distância de 3 m, dar a volta, caminhar em direção à cadeira e sentar-se novamente20. A idosa realizou o teste uma vez, para se familiarizar, e o tempo foi cronometrado na segunda tentativa. As escalas foram aplicadas pré-tratamento (Pre), após 6 semanas (Pos6) e após 12 semanas (Pos12) de hidroterapia. A PA foi aferida antes e após as sessões de tratamento, com objetivo de verificar as condições do indivíduo para realização de atividades aquáticas, sem fins estatísticos. O tempo de duração do estudo foi de 12 semanas, com sessões de 40 minutos, duas vezes por semana – às segundas e quartas-feiras. O programa de hidroterapia para equilíbrio foi realizado com seis idosas por grupo e incluiu adaptação ao meio aquático, hidrocinesioterapia e inclusão de exercícios aquáticos de outros estudos, que desafiam o equilíbrio. Cada sessão foi dividida em três fases: fase de adaptação ao meio aquático, fase de alongamento e fase de exercícios para equilíbrio estáticos e dinâmicos. A intensidade foi de baixa a moderada, sendo a intensidade, a freqüência e a velocidade constantes, por 12 semanas. Cada série foi realizada de forma contínua e, entre elas, houve repouso de 1 minuto. O programa está descrito a seguir e pode ser visualizado nas Figuras 1, 2 e 3.
Fase I – Adaptação ao meio aquático
Exercício 1: controle respiratório
• Posicionamento: posição semi-sentada sem apoio posterior, com imersão no nível dos ombros. Ombros em flexão de 90º e cotovelos em extensão.
• Atividade: expirar lenta e prolongadamente pela boca sobre a água, com boca imersa e posteriormente com boca e nariz imersos (2').
Fase II – Alongamento. Os alongamentos são mantidos por 30 segundos
Exercício 2: alongamento dos músculos isquiotibiais
• Posicionamento: posição ortostática com as costas apoiadas na parede.
• Atividade: elevar um dos membros inferiores, manter extensão do joelho e flexão dorsal do tornozelo.
Exercício 3: alongamento dos músculos tríceps sural e íliopsoas
• Posicionamento: posição ortostática com as mãos apoiadas na borda da piscina.
• Atividade: realizar um passo largo à frente, manter o joelho anterior em flexão, o joelho posterior em extensão e os pés em contato com o fundo da piscina.
Fase III – Exercícios para equilíbrio estáticos e dinâmicos. As velocidades e freqüências indicadas são médias aproximadas
Exercício 4: marcha em círculo com as mãos dadas e mudanças de sentido esporádicas
• Atividade: marchar lateralmente, de frente e de costas, alternando nos sentidos horário e anti-horário, três vezes em cada tipo de marcha (1' para cada tipo de marcha, velocidade: 0,40m/s).
Exercício 5: marcha em fila
• Posicionamento: apoiar as mãos na cintura do indivíduo da frente.
• Atividade: deslocar-se na piscina realizando curvas e mudanças de direção. Atividade conduzida pelo fisioterapeuta (3', velocidade: 0,40m/s).
Exercício 6: Marcha para frente impulsionando os membros inferiores com vigor
• Atividade: marchar com maior velocidade e impulsão (45m, velocidade: 0,50m/s).
Exercício 7: Marcha para trás. (45m, velocidade: 0,50m/s)
Exercício 8: Marcha lateral com passos largos. (45m, velocidade: 0,55m/s)
Exercício 9: Marcha com um pé à frente do outro
• Atividade: marchar apoiando um pé imediatamente à frente do outro, e assim sucessivamente (45m, velocidade: 0,20m/s).
Exercício 10: Marcha com rotação de tronco
• Atividade: caminhar para frente levando a mão ao joelho oposto em flexão, de forma alternada (45m, velocidade: 0,30m/s).
Exercício 11: Marcha com paradas em apoio unipodal
• Atividade: realizar a marcha e, ao comando do fisioterapeuta, manter o apoio unipodal com o joelho oposto em flexão durante 10 segundos (12 paradas em 45m, velocidade: 0,50m/s).
Exercício 12: Flexo-extensão de ombros bilateral
• Posicionamento: posição semi-sentada.
• Atividade: realizar flexão e extensão de ombros mantendo cotovelos em extensão. Iniciar em hiperextensão máxima dos ombros até flexão a 90º (dez repetições, freqüência: 12 repetições por minuto).
Exercício 13: Abdução-adução horizontal dos ombros bilateral
• Posicionamento: posição semi-sentada, ombros fletidos a 90º, cotovelos estendidos.
• Atividade: iniciar em adução até 90º de abdução horizontal (dez repetições, freqüência: 12 repetições por minuto).
Exercício 14: Bombeamento de tornozelo
• Posicionamento: postura ortostática, com imersão no nível do processo xifóide.
• Atividade: realizar extensão dos joelhos associada à flexão plantar, manter esta posição por 5 segundos, e em seguida, flexão dos joelhos associada a dorsiflexão, mantendo também por 5 segundos (dez repetições, freqüência: três repetições por minuto).
Análise estatística
Para fazer as comparações no decorrer do tempo das variáveis mensuráveis, foi utilizado o teste t de Student para dados pareados, bem como o Teste de Wilcoxon, por meio do confronto de cada pontuação ou tempo individual após o tratamento com o resultado análogo do mesmo sujeito na avaliação anterior. Os dados são apresentados como diferença média e desvio padrão da diferença. Foram analisados com auxílio do software Minitab. O nível de significância adotado foi = 0,01.
Resultados
De acordo com as entrevistas iniciais, as idosas apresentaram as seguintes características: faixa etária predominante de 70 a 79 anos (64%), 28% com vida conjugal, 28% viviam sozinhas. A média total de doenças relatadas por indivíduo foi de 2,2, com predominância de hipertensão arterial controlada (60%) e osteoporose (28%). A média de medicamentos utilizados regularmente foi de 1,76 por indivíduo. Das idosas avaliadas, 20% já apresentaram fraturas como conseqüência de quedas e 76% tinham história de quedas. Quanto à PA, não houve variações antes e após a sessão. Segundo os resultados obtidos, o programa de hidroterapia promoveu aumento significativo do equilíbrio das idosas, verificado por meio da Escala de Equilíbrio de Berg. O aumento ocorreu após a sexta semana (p< 0,001), após a 12ª semana (p< 0,001) e entre a sexta e a 12ª semanas (p< 0,001), conforme a Tabela 1. Igualmente, foi observado que no teste Timed Up & Go ocorreu diminuição significativa dos tempos de execução do teste das idosas depois do programa de hidroterapia, após a sexta semana (p< 0,001), após a 12ª semana (p< 0,001) e entre a sexta e a 12ª semanas (p< 0,001), o que indica aumento do equilíbrio . Os resultados demonstraram que o programa de hidroterapia promoveu redução significativa do risco de quedas das idosas, após a sexta semana (p< 0,001), após a 12ª semana (p< 0,001) e entre a sexta e a 12ª semanas (p< 0,001), de acordo com a previsão dada pelo modelo de Shumway-Cook et al.21 sobre a pontuação da Escala de Equilíbrio de Berg. Discursão
Segundo os resultados obtidos, o equilíbrio aumentou significativamente após a execução do programa de hidroterapia, de acordo com a Escala de Equilíbrio de Berg e o teste Timed Up & Go, tais como os resultados obtidos por diversos autores, nos quais a aplicação de um programa de hidroterapia aumentou o equilíbrio em idosos. Entretanto, os testes funcionais e os programas de tratamento utilizados nesses trabalhos são diferentes, o que dificulta a comparação quantitativa. No presente estudo, o risco de quedas das idosas, avaliado de forma quantitativa, sofreu redução significativa após o tratamento. Estudos que verificaram aumento do equilíbrio após programas de hidroterapia também sugerem redução do risco de quedas, já que o equilíbrio tem relação direta com estas. Estes autores não utilizaram um modelo com pontuação que prevê o risco de queda, mas avaliaram-no de forma indireta, ou seja, classificaram os idosos com baixo, médio ou alto risco de quedas de acordo com a pontuação obtida nos testes de equilíbrio. Desta forma, sugere-se, para pesquisas posteriores, a utilização de escalas para pontuar o risco de quedas de modo a obter resultados de forma direta. Os autores são unânimes quanto à indicação de exercícios aquáticos para indivíduos com medo e risco de queda. A água é viscosa, desacelera os movimentos e retarda a queda, o que prolonga o tempo para retomada da postura quando o corpo se desequilibra. A flutuação atua como suporte, o que aumenta a confiança do indivíduo e reduz o medo de cair. Assim, pode-se desafiar o indivíduo além de seus limites de estabilidade, sem temer as conseqüências de queda que podem ocorrer no solo. Este programa de hidroterapia foi efetivo na redução do risco de quedas em idosas. Assim, podem-se prevenir efeitos indesejados decorrentes de quedas que variam desde escoriações leves, restrições na mobilidade, limitação nas AVD's, perda da independência funcional até o isolamento social, que geram um ciclo vicioso de restrição voluntária das atividades e comprometem severamente a qualidade de vida. Ao analisar os intervalos de tempo entre as avaliações, segundo as escalas, foi observado maior ganho de equilíbrio na primeira etapa do programa (até a sexta semana), da mesma forma que Simmons e Hansen. Possivelmente estes resultados ocorreram porque as respostas ao exercício físico são mais evidentes nas primeiras semanas de aplicação. Na fase inicial, predominam as alterações neurais e, na fase intermediária, as adaptações musculares. Nos idosos, o aumento da força muscular é decorrente principalmente das adaptações neurais e ocorre com maior magnitude nas primeiras seis a oito semanas de treinamento. No presente estudo, foi aplicado o mesmo programa durante todo o período. É possível que a modificação do programa no decorrer do tratamento, com exercícios progressivos (aumento na intensidade, freqüência e duração), possibilite resultados de maior magnitude. Outra possível hipótese que pode justificar este resultado são as limitações das escalas utilizadas, de modo a não haver possibilidade de mensurar novas habilidades no período seguinte: a Escala de Equilíbrio de Berg tem pontuação máxima de 56 pontos, e muitas idosas se aproximaram desse valor após a sexta semana; o teste Timed Up & Go não pode ter o tempo reduzido indefinidamente. Como referência, 10 segundos é o tempo considerado normal para idosos saudáveis e independentes20. Ademais, outros testes funcionais usados para avaliar equilíbrio, como alcance funcional, escala de marcha e equilíbrio de Tinetti e índice dinâmico de marcha, apresentam limitações semelhantes. A proposta deste programa de hidroterapia consistiu no estímulo das reações de equilíbrio, para promover o aumento do equilíbrio e prevenir as quedas em idosas. Buscou-se também a produção de um programa de fácil replicabilidade, uma vez que é descrito o exercício, a freqüência, a intensidade e a duração de cada um deles, diferentemente da maioria das pesquisas realizadas com esta temática, nas quais a descrição dos programas é simples e generalista. Programas definidos são fundamentais para reprodução de novas pesquisas, assim como comprovação dos resultados. Uma possível limitação do estudo quanto à previsão do risco de quedas pode ser decorrente da baixa sensibilidade da Escala de Equilíbrio de Berg. Bogle Thorbahn e Newton, ao comparar o auto-relato de quedas em idosos com a pontuação da escala, observaram que a especificidade do teste foi alta; entretanto a sensibilidade foi de 53%. Devido à escassez de testes para quantificar o risco de quedas, sugere-se o aperfeiçoamento dos existentes e a criação de novos testes. Apesar de a amostra ser pequena e de não apresentar grupo controle, os resultados indicam que o programa de exercícios de hidroterapia proporciona aumento do equilíbrio e redução do risco de quedas em idosas. Sendo assim, é um possível recurso fisioterapêutico recomendado para prevenir as quedas em idosos.
Equipe: Isli, Adriano, Juliana, Juliano, Rudimilla, Ervane, Marcondes ,Estefânia.
Na atualidade, as quedas se tornaram um dos maiores problemas de saúde pública em idosos, devido ao aumento da morbidade, mortalidade e custos para a família e a sociedade1. Os principais fatores de risco para quedas nessa população estão relacionados à limitação funcional, história de quedas, aumento da idade, fraqueza muscular, uso de medicamentos psicotrópicos, riscos ambientais, sexo feminino e deficit visual. Pesquisadores relatam que mulheres idosas apresentam maior propensão para quedas devido a menor massa magra e força muscular, maior prevalência de doenças crônico-degenerativas e exposição às atividades domésticas. Anualmente, no Brasil e nos Estados Unidos, 30% dos idosos não institucionalizados sofrem quedas. Aproximadamente 5% destas causam fraturas, destacando-se as do quadril. Os Estados Unidos têm um custo anual de 10 bilhões de dólares no tratamento de fraturas do quadril em idosos decorrente das quedas. Diferentemente, no Brasil, apesar do alto índice de fraturas, são gastos R$ 12 milhões anuais. Para prevenir as quedas, é necessário aprimorar as condições de recepção de informações sensoriais do sistema vestibular, visual e somatossensorial, de modo a ativar os músculos antigravitacionais e estimular o equilíbrio. Um dos meios empregados para promover os estímulos acima citados é a prática da atividade física. Desta forma, é preconizado, na literatura, que a atividade física realizada no decorrer da vida pode atenuar as perdas ósseas e musculares e reduzir o risco de fratura em até 60%. Além disso, a atividade física aprimora a qualidade de vida, reduz o risco de quedas e promove o aumento da força muscular, do condicionamento aeróbico e da flexibilidade do equilíbrio. Desde os tempos remotos, a hidroterapia tem sido utilizada como recurso para tratar doenças reumáticas, ortopédicas e neurológicas; entretanto, só recentemente é que essa tem se tornado alvo de estudos científicos. As propriedades físicas da água, somadas aos exercícios, podem cumprir com a maioria dos objetivos físicos propostos num programa de reabilitação. O meio aquático é considerado seguro e eficaz na reabilitação do idoso, pois a água atua simultaneamente nas desordens musculoesqueléticas e melhora o equilíbrio. A multiplicidade de sintomas como dor, fraqueza muscular, deficit de equilíbrio, obesidade, doenças articulares, desordens na marcha, dentre outras, dificultam a realização dos exercícios em solo por idosos, ao contrário dos exercícios realizados no meio aquático, onde há diminuição da sobrecarga articular, menor risco de quedas e de lesões. Além disso, a flutuação possibilita ao indivíduo realizar exercícios e movimentos que não podem ser realizados no solo10,14,16.Apesar de poucos estudos relatarem os efeitos da hidroterapia no equilíbrio e na redução de quedas, todos eles demonstraram benefícios, como por exemplo, a redução da oscilação postural, o aumento do alcance funcional e a maior independência nas atividades da vida diária (AVD's). Compreendendo a relevância desse tema, este estudo teve como objetivo avaliar o efeito de um programa de hidroterapia no equilíbrio e no risco de quedas em idosas.
Métodos
Trata-se de um estudo quase-experimental antes/depois sem grupo controle, realizado na Associação de Idosos do Brasil (AIB) em Goiânia (GO). A realização deste obedeceu aos princípios éticos para pesquisa envolvendo seres humanos, conforme resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica de Goiás (UCG), sob parecer número 0065.0.168.000-05.
Sujeitos
Para o desenvolvimento do estudo, foram selecionados 50 idosos (49 mulheres e um homem). Os voluntários foram recrutados por meio de cartazes na própria associação e posteriormente selecionados segundo os critérios de inclusão e exclusão. Critérios de inclusão: idade acima de 60 anos, marcha independente, independência nas AVDs, ausência de contra-indicação médica ao exercício – atestado médico cardiológico e dermatológico – participação em 80% do tratamento e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Critérios de exclusão: incontinência urinária ou fecal, insuficiência renal, feridas abertas, doenças cutâneas contagiosas, doenças infecciosas, sondas, trombos vasculares, insuficiência cardíaca, pressão arterial (PA) não controlada, dispnéia aos mínimos esforços, uso de medicamentos psicotrópicos (benzodiazepínicos), participação em outro programa de atividade física e fisioterapia. Após a seleção, 40 idosas se enquadraram nos critérios de inclusão. Quinze delas não completaram o estudo por motivos como viagens e problemas de saúde. Desta forma, 25 idosas, com idade média de 72,60 ± 7,11 anos, compuseram a amostra investigada.
Materiais Questionário para entrevista, Escala de Equilíbrio de Berg (versão brasileira)19, teste Timed Up & Go20, cronômetro (Sport Timer®), régua, degrau de 20cm, duas cadeiras com 45cm de altura – uma delas com braços – trena, estetoscópio e esfigmomanômetro (Becton Dickinson®), piscina com formato retangular, tamanho de 7,5m por 11,1m, fundo inclinado com profundidade de 0,8m a 1,2m e temperatura média de 30ºC.
Procedimentos
A avaliação consistiu de entrevista inicial, que coletou informações como idade, estado civil, número de pessoas na residência, relato de doenças, uso de medicamentos e história de quedas e de fraturas. Após a entrevista, as idosas foram submetidas à avaliação do equilíbrio por meio da Escala de Equilíbrio de Berg (versão brasileira) e teste Timed Up & Go20. Além disso, foi avaliada a previsão do risco de quedas por meio da relação com a pontuação da Escala de Equilíbrio de Berg, conforme modelo de Shumway-Cook et al.21. Os testes foram escolhidos por serem funcionais, validados, aceitos internacionalmente, de fácil aplicação e de baixo custo. A Escala de Equilíbrio de Berg atende a várias propostas, como descrição quantitativa da habilidade de equilíbrio funcional, determinação de fatores de risco para perda de independência e para quedas em idosos, além da avaliação da efetividade das intervenções na prática clínica e em pesquisas. A escala avalia o equilíbrio estático e dinâmico, baseada em 14 itens comuns da vida diária, tais como alcançar, girar, transferir-se, permanecer em pé e levantar-se. O escore máximo que pode ser alcançado é 56 pontos. Esta foi aplicada de acordo com os procedimentos descritos pelos autores que fizeram sua tradução e adaptação para o Brasil. Foi utilizado ainda o modelo para previsão quantitativa do risco de quedas em idosos que estabelece a relação entre a Escala de Equilíbrio de Berg e o risco de quedas (10-100%), desenvolvido por Shumway-Cook et al.21. Nesse modelo, a sensibilidade da escala foi de 91% e a especificidade, 82%. A probabilidade de queda aumenta com a diminuição da pontuação da Escala de Equilíbrio de Berg, numa relação não linear. Na amplitude de 56 a 54, cada ponto a menos é associado a um aumento de 3 a 4% no risco de quedas. De 54 a 46, a alteração de um ponto é associada ao aumento de 6 a 8%, sendo que, abaixo de 36 pontos, o risco de quedas é quase de 100%. O teste Time Up & Go faz uma monitoração rápida para detectar os problemas de equilíbrio que afetam as AVD's nos idosos. Quanto menor o tempo para a realização do teste, melhor o equilíbrio. Foi mensurado, em segundos, o tempo gasto pela idosa para levantar da cadeira, andar uma distância de 3 m, dar a volta, caminhar em direção à cadeira e sentar-se novamente20. A idosa realizou o teste uma vez, para se familiarizar, e o tempo foi cronometrado na segunda tentativa. As escalas foram aplicadas pré-tratamento (Pre), após 6 semanas (Pos6) e após 12 semanas (Pos12) de hidroterapia. A PA foi aferida antes e após as sessões de tratamento, com objetivo de verificar as condições do indivíduo para realização de atividades aquáticas, sem fins estatísticos. O tempo de duração do estudo foi de 12 semanas, com sessões de 40 minutos, duas vezes por semana – às segundas e quartas-feiras. O programa de hidroterapia para equilíbrio foi realizado com seis idosas por grupo e incluiu adaptação ao meio aquático, hidrocinesioterapia e inclusão de exercícios aquáticos de outros estudos, que desafiam o equilíbrio. Cada sessão foi dividida em três fases: fase de adaptação ao meio aquático, fase de alongamento e fase de exercícios para equilíbrio estáticos e dinâmicos. A intensidade foi de baixa a moderada, sendo a intensidade, a freqüência e a velocidade constantes, por 12 semanas. Cada série foi realizada de forma contínua e, entre elas, houve repouso de 1 minuto. O programa está descrito a seguir e pode ser visualizado nas Figuras 1, 2 e 3.
Fase I – Adaptação ao meio aquático
Exercício 1: controle respiratório
• Posicionamento: posição semi-sentada sem apoio posterior, com imersão no nível dos ombros. Ombros em flexão de 90º e cotovelos em extensão.
• Atividade: expirar lenta e prolongadamente pela boca sobre a água, com boca imersa e posteriormente com boca e nariz imersos (2').
Fase II – Alongamento. Os alongamentos são mantidos por 30 segundos
Exercício 2: alongamento dos músculos isquiotibiais
• Posicionamento: posição ortostática com as costas apoiadas na parede.
• Atividade: elevar um dos membros inferiores, manter extensão do joelho e flexão dorsal do tornozelo.
Exercício 3: alongamento dos músculos tríceps sural e íliopsoas
• Posicionamento: posição ortostática com as mãos apoiadas na borda da piscina.
• Atividade: realizar um passo largo à frente, manter o joelho anterior em flexão, o joelho posterior em extensão e os pés em contato com o fundo da piscina.
Fase III – Exercícios para equilíbrio estáticos e dinâmicos. As velocidades e freqüências indicadas são médias aproximadas
Exercício 4: marcha em círculo com as mãos dadas e mudanças de sentido esporádicas
• Atividade: marchar lateralmente, de frente e de costas, alternando nos sentidos horário e anti-horário, três vezes em cada tipo de marcha (1' para cada tipo de marcha, velocidade: 0,40m/s).
Exercício 5: marcha em fila
• Posicionamento: apoiar as mãos na cintura do indivíduo da frente.
• Atividade: deslocar-se na piscina realizando curvas e mudanças de direção. Atividade conduzida pelo fisioterapeuta (3', velocidade: 0,40m/s).
Exercício 6: Marcha para frente impulsionando os membros inferiores com vigor
• Atividade: marchar com maior velocidade e impulsão (45m, velocidade: 0,50m/s).
Exercício 7: Marcha para trás. (45m, velocidade: 0,50m/s)
Exercício 8: Marcha lateral com passos largos. (45m, velocidade: 0,55m/s)
Exercício 9: Marcha com um pé à frente do outro
• Atividade: marchar apoiando um pé imediatamente à frente do outro, e assim sucessivamente (45m, velocidade: 0,20m/s).
Exercício 10: Marcha com rotação de tronco
• Atividade: caminhar para frente levando a mão ao joelho oposto em flexão, de forma alternada (45m, velocidade: 0,30m/s).
Exercício 11: Marcha com paradas em apoio unipodal
• Atividade: realizar a marcha e, ao comando do fisioterapeuta, manter o apoio unipodal com o joelho oposto em flexão durante 10 segundos (12 paradas em 45m, velocidade: 0,50m/s).
Exercício 12: Flexo-extensão de ombros bilateral
• Posicionamento: posição semi-sentada.
• Atividade: realizar flexão e extensão de ombros mantendo cotovelos em extensão. Iniciar em hiperextensão máxima dos ombros até flexão a 90º (dez repetições, freqüência: 12 repetições por minuto).
Exercício 13: Abdução-adução horizontal dos ombros bilateral
• Posicionamento: posição semi-sentada, ombros fletidos a 90º, cotovelos estendidos.
• Atividade: iniciar em adução até 90º de abdução horizontal (dez repetições, freqüência: 12 repetições por minuto).
Exercício 14: Bombeamento de tornozelo
• Posicionamento: postura ortostática, com imersão no nível do processo xifóide.
• Atividade: realizar extensão dos joelhos associada à flexão plantar, manter esta posição por 5 segundos, e em seguida, flexão dos joelhos associada a dorsiflexão, mantendo também por 5 segundos (dez repetições, freqüência: três repetições por minuto).
Análise estatística
Para fazer as comparações no decorrer do tempo das variáveis mensuráveis, foi utilizado o teste t de Student para dados pareados, bem como o Teste de Wilcoxon, por meio do confronto de cada pontuação ou tempo individual após o tratamento com o resultado análogo do mesmo sujeito na avaliação anterior. Os dados são apresentados como diferença média e desvio padrão da diferença. Foram analisados com auxílio do software Minitab. O nível de significância adotado foi = 0,01.
Resultados
De acordo com as entrevistas iniciais, as idosas apresentaram as seguintes características: faixa etária predominante de 70 a 79 anos (64%), 28% com vida conjugal, 28% viviam sozinhas. A média total de doenças relatadas por indivíduo foi de 2,2, com predominância de hipertensão arterial controlada (60%) e osteoporose (28%). A média de medicamentos utilizados regularmente foi de 1,76 por indivíduo. Das idosas avaliadas, 20% já apresentaram fraturas como conseqüência de quedas e 76% tinham história de quedas. Quanto à PA, não houve variações antes e após a sessão. Segundo os resultados obtidos, o programa de hidroterapia promoveu aumento significativo do equilíbrio das idosas, verificado por meio da Escala de Equilíbrio de Berg. O aumento ocorreu após a sexta semana (p< 0,001), após a 12ª semana (p< 0,001) e entre a sexta e a 12ª semanas (p< 0,001), conforme a Tabela 1. Igualmente, foi observado que no teste Timed Up & Go ocorreu diminuição significativa dos tempos de execução do teste das idosas depois do programa de hidroterapia, após a sexta semana (p< 0,001), após a 12ª semana (p< 0,001) e entre a sexta e a 12ª semanas (p< 0,001), o que indica aumento do equilíbrio . Os resultados demonstraram que o programa de hidroterapia promoveu redução significativa do risco de quedas das idosas, após a sexta semana (p< 0,001), após a 12ª semana (p< 0,001) e entre a sexta e a 12ª semanas (p< 0,001), de acordo com a previsão dada pelo modelo de Shumway-Cook et al.21 sobre a pontuação da Escala de Equilíbrio de Berg. Discursão
Segundo os resultados obtidos, o equilíbrio aumentou significativamente após a execução do programa de hidroterapia, de acordo com a Escala de Equilíbrio de Berg e o teste Timed Up & Go, tais como os resultados obtidos por diversos autores, nos quais a aplicação de um programa de hidroterapia aumentou o equilíbrio em idosos. Entretanto, os testes funcionais e os programas de tratamento utilizados nesses trabalhos são diferentes, o que dificulta a comparação quantitativa. No presente estudo, o risco de quedas das idosas, avaliado de forma quantitativa, sofreu redução significativa após o tratamento. Estudos que verificaram aumento do equilíbrio após programas de hidroterapia também sugerem redução do risco de quedas, já que o equilíbrio tem relação direta com estas. Estes autores não utilizaram um modelo com pontuação que prevê o risco de queda, mas avaliaram-no de forma indireta, ou seja, classificaram os idosos com baixo, médio ou alto risco de quedas de acordo com a pontuação obtida nos testes de equilíbrio. Desta forma, sugere-se, para pesquisas posteriores, a utilização de escalas para pontuar o risco de quedas de modo a obter resultados de forma direta. Os autores são unânimes quanto à indicação de exercícios aquáticos para indivíduos com medo e risco de queda. A água é viscosa, desacelera os movimentos e retarda a queda, o que prolonga o tempo para retomada da postura quando o corpo se desequilibra. A flutuação atua como suporte, o que aumenta a confiança do indivíduo e reduz o medo de cair. Assim, pode-se desafiar o indivíduo além de seus limites de estabilidade, sem temer as conseqüências de queda que podem ocorrer no solo. Este programa de hidroterapia foi efetivo na redução do risco de quedas em idosas. Assim, podem-se prevenir efeitos indesejados decorrentes de quedas que variam desde escoriações leves, restrições na mobilidade, limitação nas AVD's, perda da independência funcional até o isolamento social, que geram um ciclo vicioso de restrição voluntária das atividades e comprometem severamente a qualidade de vida. Ao analisar os intervalos de tempo entre as avaliações, segundo as escalas, foi observado maior ganho de equilíbrio na primeira etapa do programa (até a sexta semana), da mesma forma que Simmons e Hansen. Possivelmente estes resultados ocorreram porque as respostas ao exercício físico são mais evidentes nas primeiras semanas de aplicação. Na fase inicial, predominam as alterações neurais e, na fase intermediária, as adaptações musculares. Nos idosos, o aumento da força muscular é decorrente principalmente das adaptações neurais e ocorre com maior magnitude nas primeiras seis a oito semanas de treinamento. No presente estudo, foi aplicado o mesmo programa durante todo o período. É possível que a modificação do programa no decorrer do tratamento, com exercícios progressivos (aumento na intensidade, freqüência e duração), possibilite resultados de maior magnitude. Outra possível hipótese que pode justificar este resultado são as limitações das escalas utilizadas, de modo a não haver possibilidade de mensurar novas habilidades no período seguinte: a Escala de Equilíbrio de Berg tem pontuação máxima de 56 pontos, e muitas idosas se aproximaram desse valor após a sexta semana; o teste Timed Up & Go não pode ter o tempo reduzido indefinidamente. Como referência, 10 segundos é o tempo considerado normal para idosos saudáveis e independentes20. Ademais, outros testes funcionais usados para avaliar equilíbrio, como alcance funcional, escala de marcha e equilíbrio de Tinetti e índice dinâmico de marcha, apresentam limitações semelhantes. A proposta deste programa de hidroterapia consistiu no estímulo das reações de equilíbrio, para promover o aumento do equilíbrio e prevenir as quedas em idosas. Buscou-se também a produção de um programa de fácil replicabilidade, uma vez que é descrito o exercício, a freqüência, a intensidade e a duração de cada um deles, diferentemente da maioria das pesquisas realizadas com esta temática, nas quais a descrição dos programas é simples e generalista. Programas definidos são fundamentais para reprodução de novas pesquisas, assim como comprovação dos resultados. Uma possível limitação do estudo quanto à previsão do risco de quedas pode ser decorrente da baixa sensibilidade da Escala de Equilíbrio de Berg. Bogle Thorbahn e Newton, ao comparar o auto-relato de quedas em idosos com a pontuação da escala, observaram que a especificidade do teste foi alta; entretanto a sensibilidade foi de 53%. Devido à escassez de testes para quantificar o risco de quedas, sugere-se o aperfeiçoamento dos existentes e a criação de novos testes. Apesar de a amostra ser pequena e de não apresentar grupo controle, os resultados indicam que o programa de exercícios de hidroterapia proporciona aumento do equilíbrio e redução do risco de quedas em idosas. Sendo assim, é um possível recurso fisioterapêutico recomendado para prevenir as quedas em idosos.
Equipe: Isli, Adriano, Juliana, Juliano, Rudimilla, Ervane, Marcondes ,Estefânia.
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Hidroterapia
Hidroterapia - Fisioterapia Aquática é uma atividade terapêutica que consiste em utilizar os recursos de uma piscina preparada especificamente para este fim com medidas, profundidade, temperatura, ambiente externo e o mais importante, com um profissional especializado na atividade, um fisioterapeuta.
Este é o profissional que está devidamente autorizado pela lei para utilizar os princípios físicos da água com o intuito de reabilitação física em pacientes com distúrbios diversos.
A Fisioterapia Aquática destaca-se a cada dia devido aos resultados que podem ser mensurados em pesquisas científicas e ao alto grau técnico que os profissionais reabilitadores brasileiros atingiram.
Cresce também devido ao atual baixo custo de se construir piscinas e a tecnologia de aquecimento, assim como o hábito dos brasileiros de se relacionarem bem com a água usando-a em atividades lúdicas, esportivas e de lazer.
Na Fisioterapia Aquática existem técnicas ortodoxas de tratamento como o Bad Ragaz e o Halliwick, mas também conta com um arsenal de novas técnicas e trabalhos corporais aquáticos que a cada dia ganha mais exaltação pelamídia devido a plasticidade harmonia e qualidade de vida que propicia aos praticantes.
Hoje os termos usados para hidroterapia são diversos, podendo ser reconhecida como, fisioterapia aquática, hidrocinesioterapia, piscina terapêutica, aquaterapia e outras. O crescimento parece ter sido maior que a assimilação das mudanças.
No Brasil aconteceu em Abril de 2007 o primeiro Congresso Brasileiro de Hidroterapia (Fisioterapia Aquática) que teve como um dos objetivos a resolução do termo ideal para nomear esta atividade.
A cada dia o reconhecimento da Fisioterapia Aquática é maior por parte da classe médica e a conduta de prescrever sessões com intuito exclusivo de reabilitação cresce paralelamente ao reconhecimento dos pacientes .Isto se dá pelo fato de na hidroterapia o profissional poder dar atenção apenas a um paciente de cada vez, o que não acontece nas sessões comuns de fisioterapia que são prescritas por médicos, especialmente de convênios médicos que pagam valores muito baixo ao profissional ou ao estabelecimento e estes são obrigados a atender muitos pacientes ao mesmo tempo em solo, o que não acontece com a Fisioterapia Aquática comumente, em instituições que visam qualidade em primeiro plano, apesar de existirem Fisioterapia Aquática em Grupo.
A Fisioterapia Aquática pode ser usada em casos:
- ortopédicos;
neurológicos;
- reumatológicos,
- psicológicos;
- pediátricos;
- respiratórios.
HIDROCINESIOTERAPIA
A hidroterapia ou terapia aquática é o termo mais conhecido atualmente, para os exercícios terapêuticos realizados em piscina termo-aquecida. Tem por finalidade a prevenção e cura das mais variadas patologias. Sua utilização exige do fisioterapeuta conhecimentos das propriedades da hidrodinâmica (água em movimento) e termodinâmicas da água assim como a anatomia, fisiologia e a biomecânica corporal.
A terapia em ambiente aquático tem grande valor terapêutico quando necessita nenhuma ou mínima sustentação de peso ou quando há inflamação, dor, retração, espasmo muscular, limitação da amplitude de movimento e força, que podem, de maneira isolada ou conjunta, alterar as funções hegemônicas do corpo humano, como: respiração, alimentação, postura estática com o olhar horizontal com o menor gasto energético e a reprodução.
A água revela qualidades terapêuticas quando ministradas dentro de um limite de temperatura e tempo. O tempo pode variar inicialmente entre 5 e 15 minutos, e evoluindo gradativamente de acordo com a aceitação, ganho de resistência muscular e condicionamento cardiovascular do paciente chegando até 2 horas de duração.
A compreensão do movimento na água e da sua diferença em relação ao movimento no solo é essencial para o planejamento de uma progressão gradual de exercícios de hidroterapia. O tipo de lesão, a composição corporal do paciente e sua habilidade aquática determinam os tipos de exercícios, a postura ideal, a velocidade do movimento, a profundidade da água e os equipamentos a serem usados a cada fase do tratamento.
VANTAGENS E DESVANTAGENS
As vantagens e as indicações no tratamento são inúmeras. O paciente experimenta todos os efeitos que a água pode oferecer. Dentre elas podemos destacar:
a) Flutuação - (atua no suporte as articulações enfraquecidas e é capaz de proporcionar assistência e, progressivamente, resistência ao movimento na água);
b) Pressão hidrostática - (ajuda na estabilização das articulações enfraquecidas; ajuda a diminuir o edema e melhorar a circulação; o aumento da circulação periférica, que melhora a condição da pele que foi afetada por uma imobilização e acelera a cura ao implementar a nutrição na área lesada);
c) Circulação – (aumenta com a adição de calor, como em temperaturas mais elevadas da água 32º a 35°C, ajudam a diminuir o espasmo muscular, estimulando o relaxamento dos tecidos moles e, em alguns casos, reduzindo a dor);
d) Redução do espasmo muscular e da dor, auxilia no movimento que pode ser iniciado mais cedo após a lesão.
A movimentação precoce restaura a função muscular através da circulação (melhor nutrição das estruturas lesadas) e da amplitude de movimento articular. Também diminui a atrofia muscular e a formação de tecido cicatricial (fibrose intramuscular e artrofibrose). O excesso de tecido cicatricial pode ser resultante da inatividade por um longo período de imobilização. Como o tecido cicatricial pode restringir severamente o movimento, é benéfico iniciar o quanto antes exercício de amplitude de movimento considerando os limites do paciente.
Após lesão ou imobilização, a hidroterapia facilita o movimento por meio de redução das forças gravitacionais combinada com os efeitos da hidrodinâmica. Pacientes com incapacidade de realizar exercícios com sustentação de peso podem começar a reabilitação mais cedo na piscina devido à diminuição das forças compressivas sobre as articulações sustentadoras de peso. Sendo este, às vezes, o único meio em que permite movimentos para pacientes com incoordenação, deficiência ou incapacidade.
Como em qualquer outro tipo de terapia existem as desvantagens do tratamento no meio aquático. As que estão em mais destaques são: a hidrofobia (medo de água), o alto custo do tratamento e o período de frio intenso.
INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES
A hidroterapia é indicada para todas as áreas da fisioterapia que envolvam problemas de ordem traumato-ortopedicos, esportivos, neurológicos, reumáticos, cardiopatas, pneumopatas, estéticos, etc.
As indicações mais comuns para um tratamento hidroterápico são para os pacientes que apresentam os seguintes sinais e sintomas:
Elevado nível de dor
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Edemas de extremidades
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Desvios da marcha
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Diminuição da mobilidade
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Fraqueza muscular generalizada
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Baixa resistência muscular
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Impossibilidade de sobrecarga nos membros inferiores
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Resistência cardiovascular diminuída
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Contraturas articulares
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Diminuição da flexibilidade
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Disfunções posturais
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Habilidades diminuídas
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Interação social do paciente
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Outros....
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Como em qualquer modalidade de tratamento, existem também as contra-indicações à terapia em piscina e em alguns casos são necessários precauções a fim de prevenir a proliferação de doenças e constrangimentos ao paciente.
As contra-indicações são consideradas absolutas ou relativas de acordo com a gravidade da patologia. As que devem ser mais observadas são:
Doenças transmitidas pela água (infecções de pele - tinea pedis e tinea capitis) - A
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Febre acima de 38°C
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Insuficiência cardíaca
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Pressão arterial descontrolada
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Incontinência urinária e fecal
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Epilepsias
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Baixa capacidade pulmonar vital
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OS PRINCÍPIOS FÍSICOS
O entendimento dos princípios físicos da água (hidrodinâmica e hidrostática) e termodinâmica faz da hidroterapia um recurso ímpar no processo de reabilitação. Cada princípio físico tem a sua resposta específica, que quando associadas às ações mecânicas do terapeuta e a temperatura da água produz um efeito satisfatório e rapidamente sentido pelo enfermo.
HIDRODINÂMICA x HIDROSTÁTICA
Pode-se dizer que a movimentação da água (hidrodinâmica), a torna única e exclusiva no que diz respeito a sua terapêutica. O conhecimento da hidrodinâmica e da hidrostática tornará possível à seleção da posição do paciente, a profundidade da imersão e os equipamentos ideais para os tratamentos com a hidroterapia.
Os princípios físicos da água são: densidade relativa, turbulência, metacentro, fricção, viscosidade, empuxo, pressão hidrostática, tensão superficial. Cada um destes princípios exerce determinada resposta nos órgãos e sistemas.
Densidade Relativa
A densidade relativa é definida entre a relação de massa (Kg) e volume (m3). Na água, esta relação é na ordem de 1 (um). E, segundo o princípio de Arquimedes (287-212 a.C.), quando um corpo é submerso em um líquido, ele sofre uma força de flutuabilidade igual ao peso do líquido que desloca. Como cada parte do corpo possui uma densidade específica, ou seja, um peso específico. Num corpo, a distribuição de massa gorda (gordura) e massa magra (músculos) e o peso dos ossos se fazem de forma heterogênea, e, portanto, algumas partes do corpo tende a afundar mais do que outras devido a sua gravidade específica.
O peso corporal está divido em:
8 % cabeça
18 % Membros superiores
36 % Membros inferiores
38% Tronco
Metacentro
O quadril e os membros inferiores possuem maior densidade, pois são constituídos em quase sua totalidade de ossos e músculos longos e volumosos, por isso, tendem a afundar. Como a cabeça e tronco por terem em sua constituição de líquido e ar respectivamente, tendem a flutuar e o quadril se torna um eixo no qual os membros inferiores se apóiam e afundam, realizando um movimento rotacional vertical até que o seu equilíbrio seja encontrado. Este movimento rotacional é o resultado do equilíbrio entre as forças da gravidade e empuxo. Esse princípio é conhecido como metacentro (princípio de Bougier).
Turbulência
Durante o movimento rotacional, o corpo é embalado numa velocidade proporcional ao peso, forma e tamanho do segmento criando uma leve turbulência de fluxo laminar que se segue ao longo de uma linha aerodinâmica em um fluxo estável de líquido (Teoria de Bernoulli). Quanto maior a velocidade, maior será o fluxo obtido produzindo energia cinética.
Fricção
Porém, essa velocidade não é real visto que os princípios da fricção (atrito), viscosidade (atrito interno do líquido – adesão e coesão molecular), pressão hidrostática, turbulência, empuxo e tensão superficial oferecem uma quantidade de resistência ao movimento.
A fricção, segundo Froud (1810-1879) e Zahm (1862-1945) é a resistência causada pela textura da superfície do corpo durante seu movimento na água.
Viscosidade
É a resistência de um fluído em deslocamento e também se refere à magnitude do atrito interno do líquido relacionado à força de coesão molecular. A coesão molecular pode ser considerada como a atração das moléculas entre si, e quando as camadas do líquido são postas em movimento, essa atração cria resistência ao movimento e é detectada como atrito.
Pressão Hidrostática
A pressão é definida como a relação de força por unidade de área, em que a força é suposta atuando perpendicularmente a área de superfície. Dessa forma, durante o repouso em uma determinada profundidade, o fluído exercerá uma pressão em todas as superfícies corporais submersas. Segundo Pascal, que a pressão de um fluido é exercida de forma igual em qualquer nível em uma direção horizontal, o que significa que a pressão é igual em uma profundidade constante.
Empuxo
De acordo com Arquimedes o resultado do efeito do empuxo é a flutuação. A força de flutuabilidade age na direção oposta a da força da gravidade e é responsável pela sensação de ausência de peso na água.
Tensão Superficial
A tensão superficial é definida como a força por unidade de comprimento que atua através de qualquer linha em uma superfície e tende a atrair as moléculas de uma superfície de água exposta. A força resistiva da tensão superficial torna-se uma variável ativa na medida em que a área da superfície aumenta.
TERMODINÂMICA
A propriedade termodinâmica da água significa que ela possui a capacidade de absorver e transferir grandes quantidades de calor. Ela é usada como padrão, e possui um calor específico de 1 (UN), isto é, é necessária uma caloria para elevar um grama de água em um grau centígrado.
A utilidade terapêutica da água depende da sua capacidade de reter quanto a sua capacidade de transferir calor. Uma água quente em hidroterapia é considerada a uma temperatura acima de 34º C; uma água termoneutra entre 31ºC a 33ºC; e uma água fria entre 28ºC e 30º C. Essa troca de energia na forma de calor é conhecida como processo termolítico e ocorre através de mecanismos físicos conhecidos como condução, convecção, radiação e evaporação.
EFEITOS TERAPÊUTICOS DA HIDROTERAPIA
Os efeitos terapêuticos desejados com os exercícios na água estão relacionados ao alívio da dor e do espasmo muscular, relaxamento, manutenção ou aumento da amplitude de movimento, reeducação dos músculos paralisados, fortalecimento dos músculos (força e resistência), melhora das atividades funcionais da marcha, aumento da circulação, integração sensório-motora e reforçamento do moral do paciente pelo convívio social, atividades recreacionais e a liberdade de movimento.
Estes efeitos são atingidos, graças à termodinâmica da água que favorece a diminuição da dor, do espasmo muscular, produzindo o relaxamento.
Referências: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAwtEAA/hidroterapia
http://www.vitalizze.com.br/servicos/vital-reabilitacao/hidroterapia
Equipe:
Manuela silva, Hortência costa, Fabiana Cristina, Rízella Lindoso, Lindinêz Costa, Guilherme Manoel ,Diego Campelo, Omaer fernandes.
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